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“Quero levar a arte como um estilo de vida”, Márcia Lima

Márcia Lima
Foto: Márcia Lima

Desde a Palavra Comum, agradecemos a Márcia Lima por nos fazer chegar as suas visões sobre a arte e a vida nesta entrevista. Em simultâneo, convidamos o leitor a visitar um pouco do universo criativo desta autora através do seu trabalho.

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Márcia Lima, também conhecida por Artista Amarela, é uma daquelas pessoas que tem a necessidade vital de fazer arte. Poderia até trabalhar o dia inteiro noutra área, mas assim que chegasse a casa ia fazer as suas pinturas, os seus desenhos e bordados.

É no centro de Luanda, idade onde vive cim is seus familiares, que a artista dá vida à sua arte. nossa sorte, ela produz arte o dia inteiro no centro de Luanda.

A sua atração pela arte surgiu aos seis anos. Mas foi através do sistema tecnológico da Apple, oferecido pelo seu pai que começou a dar os primeiros passos como artista plástica. Com apenas 19 anos, estudava Física e Biologia, na Universidade Lusíada, com o objetivo de seguir Arquitetura de Interiores. Hoje em dia, Márcia Lima utiliza África como principal fonte de inspiração.

Quem é a Marcia Lima? O que faz além da arte?

A Márcia Lima é uma jovem artista plástica e ilustradora digital, actualmente com 19 anos de idade, com um enorme fascínio por Arte e tudo que esteja relacionado a ela. Para além da Arte sou estudante. Estou a terminar o décimo segundo ano, cursando Físicas e Biologia. No Superior, pretendo seguir Arquitectura de Interiores.

Aonde nasceste e quando?

Nasci na província de Luanda (Ingombotas), no dia 1 de Março de 1998.

Quais são as fontes de inspiração para tuas obras?

Tenho muitas fontes de inspiração (risos), mas inspiro-me essencialmente no que é-me africano, multicultural, bizarro, incomum, diferente, criativo, excêntrico e ousado.

Qual a mensagem detuas obras, que tipo de ideia ou sentimento desejas transmitir?

As mensagens que quero transmitir são os meus pensamentos sem tabu, inspirada em conteúdos que vejo diariamente na Internet,  e com isso quero transmitir, liberdade de expressão. Deixar fluir os pensamentos “pecaminosos”, abrir caminhos para a diversidade e a sua aceitação na sociedade. O que muitos confundem com distorção/oposição/rebeldia/inconformismo. 

Fala-nos um pouco sobre teu estilo e influências. Cita-nos nomes de artistas que mais admiras.

Começando por angolanos: KabralKuds, Ewerton Muginga, os VERKRON, o MuArte, Eliane Lima, Elio Alexandre, o grupo ACL (ArtColourLovers), Uólofe, AlekssandreAdonis, Evan Claver,GuilhermeMampuya e o Januário Jano. Internacionais: Basquiat, Frida Khalo, Pollynor, Ho3z , Mcfreshcreates,  Rachel Isysia, Melik The Geek e Steffi Alouch. Admiro muitos, mas estes, são os principais!

Em que momento sentiste a necessidade de te expressares como artista plástica?

Desde os meus seis anos que me sinto muito atraída pela Arte, mas senti a necessidade de expressar-me como Artista Plástica e Ilustradora Digital quando tinha 14 anos. Naquela altura, o meu pai ofereceu-me um iPad, e foi a partir daí que comecei a fazer ilustrações digitais e a explorar mais os meus dotes artísticos. Decidi depois criar a minha página no Facebook em 2012. Estava decidida a levar a Arte como uma carreira e um estilo de vida, e não como um passatempo.

Achas que a arte está a morrer em Angola?

Não penso que esteja a morrer, mas a ganhar mais impacto na sociedade angolana, principalmente na nova geração de artistas. Infelizmente em Angola, a nossa Arte não tem muito para contar, mas cabe a nós, da nova geração, enriquecê-la com o nosso talento e nunca esquecermos as nossas origens. Por um lado, há poucas oportunidades para tanta gente talentosa em Angola e, consequentemente, as pessoas desistem de promover os seus trabalhos.

Notas diferença no feedback dos angolanos e dos estrangeiros perante o teu trabalho? Achas que é uma questão cultural?

Estaria a mentir se escrevesse que não noto (risos), infelizmente escrevo que sim, noto, porque, um dos grandes factores que leva muitas pessoas talentosas a desistirem de expressar o seu talento, aqui em Angola, é pelo simples facto das pessoas em Angola não demonstrarem compaixão pelo trabalho de alguém que até gostam. Eles podem até gostar muito do que fazes, comentar que os teus trabalhos são lindos, mas não ajudam a divulgar o teu trabalho, não apoiam-te como deveria ser,  isto de um modo geral… Mas existe sempre aquela minoria fantástica que torce sempre! E quando são pessoas estrangeiras, eu sinto uma vibe diferente, as pessoas  ficam dispostas a não só admirar, mas fazem questão de divulgar o teu trabalho, e de o comprar também (o que não é tão importante para mim), mas só o simples facto de elogiarem, compartilharem, apreciarem e essencialmente compreenderem o meu ponto de vista é completamente brutal. Eu apelo aos angolanos a terem uma mente mais aberta, a renderem o apoio, e a admiração que têm pelos artistas, porque isso incentiva significativamente os artistas a continuarem os seus trabalhos. Não só em Artes, como em Música, Literatura e etc…

Como é que transmites emoções num quadro?

Eu considero a Música como uma Arte também, uma terapia para os nossos ouvidos e, no meu caso, eu transmito as emoções para os meus quadros consoante as melodias que mais tocam-me emocionalmente. Quando pinto, oiço sempre músicas do género dubstep, ambient e future garage. São estilos de música que ajudam-me bastante a relaxar e a desenvolver as minhas obras. Mesmo que estas não tenham nada a ver com os estilos de música que esteja a ouvir.

Se não tivesses tido oportunidade de seguir este caminho, o que acha que estarias a fazer agora profissionalmente?

Antes de tudo, não seria a mesma pessoa, Arte é vida para mim! Até que a morte nos separe (risos), sinceramente não me imagino numa suposição seguindo outro caminho em que a Arte não estivesse lá.

Se só pudesses identificar uma imagem de marca tua, qual seria?

Identificar-me-ia com esta imagem. É uma ilustração que fiz, intitulada “Sacrifícios”, a luta constante das crianças, embora tão novas, terem de encontrar os seus próprios meios de sobrevivência, como alimentação, abrigo, educação, família etc…, coisas que são direitos de todas as crianças, mas nem todas, infelizmente, têm. Identifico-me bastante com este trabalho, porque eu também estou numa constante batalha: estudar, a Arte, a minha família etc… nada está por garantido e o futuro é muito incerto, mas mesmo assim, estou a dar o meu máximo, para auto sustentar-me e dar o meu contributo em vários aspectos.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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