Há oito meses que os Mobbers assinaram contrato com uma gigante da indústria da música internacional, a Sony Music, através da sua delegação portuguesa. Recentemente, Cali John, Xuxu Bower e LipeSky estiveram em Portugal e revelaram a Eddie Pipocas, em entrevista, o balanço destes últimos meses e as consequências do confinamento.
Apesar de o vínculo com a Sony estar ainda numa fase “embrionária”, como indicou Cali, o grupo sabe que para conquistar o mercado português alguma coisa têm de mudar na sua música. “Eles [Sony Music] podem não exigir uma mudança radical na nossa escrita e na nossa música, mas nós temos a noção que para entrarmos nesse mercado temos de trabalhar mais ou menos de acordo com o que people daqui faz”.
Essa mudança começa a ser percebida em “Lockdown”, o último EP dos Mobbers, onde a composição foi muito mais trabalhada, tem mais consistência, assim como a qualidade do projeto. Nos próximos projetos, a linguagem mais cuidada e uma maior maturidade vão ser os pontos fortes, prometem.
Apesar de o método estar a ser aprimorado, “nós continuamos a fazer mesma cena, a diferença é que agora temos uma equipa forte connosco”, afirmou Cali John.
O confinamento foi, naturalmente, uma fase atípica quer a nível pessoal como profissional. Com o setor da cultura congelado, o ritmo de produção foi obrigado a abrandar igualmente. “A nossa visão nesse confinamento mudou muito”, disse Lipe.
Há 15 anos que não há um grupo de artistas angolanos a fazerem vibrar o público português. Os últimos a conseguirem fazê-lo foram os Kalibrados. “Acabou-se, agora são os Mobbers”, afirmou Cali. O grupo está focado nos seus objetivos e acredita que, em breve, vai poder colher o fruto do seu trabalho árduo.
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Bruno Dinis
Carrego a cultura kimbundu nas minhas veias. Angolanidade está presente a cada palavra proferida por mim. Sou apologista de que a conversa pode mudar o mundo pois a guerra surgiu também de uma. O conhecimento gera libertação e libertação gera paz mental, por tanto, não seja recluso da ignorância.