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Nicko Journey leva o poder da oração para “Calicaland”

Nicko Journey

Nicko Journey, um dos jovens da nova geração de artistas moçambicanos, disponibilizou recentemente o seu segundo álbum intitulado “Calicaland”.

Calicaland é inspirado no nome da casa do tio paterno Carlos Magaço, localizada no Costa do Sol-Maputo, lugar que frequentou Nicko Journey desde sempre.

Este trabalho é uma partilha de fragmentos da história do artista, que procura conectar-se com o tio, que “infelizmente, no início do ano de 2022, misteriosamente, desapareceu”. Esse acontecimento mudou completamente a vida de Nicko e da sua família que, desde então, todos os meses realiza sessões de oração para amenizar a dor e apelar ao apoio divino.

Esses encontros mensais acabaram por inspirar a concepção deste “Calicaland”, uma vez que ajudaram Nicko Journey a reunir-se com a sua “fé e com o poder da oração”, disse-nos.

Com o álbum, o nome “Calicaland” ficou ainda mais simbólico à medida que o projeto se materializou, apresentando ao rapper “uma terra mágica onde tudo, de bom e mau, faz sentido. Onde existe harmonia e ordem”, afirma.

Na prática, o projeto devia ser a solo, pela história que apresenta mas, com o tempo, “achei que precisava de embelezamentos”. Foi assim que surgiu a colaboração do grupo coral da MGT Records, na música “Star”, e o rapper Konfuzo em “Hino”.

Outra participação de destaque é a de Mbuzi Chi Moi, que aconteceu a meio do processo criativo.

Partilhar de forma artística algo tão pessoal e que à família diz respeito não pode ser observado de forma simplista. Journey quis que assim fosse para poder dar ao seu público o que tem atravessado na mente e no peito. “Ficava em casa sozinho a pensar o quão surreal a minha situação familiar era. Decidi então expressar-me através das músicas, sem nenhum plano”, revela.

O álbum foi lançado no dia que Moçambique celebrou mais um ano da sua independência (25 de junho) e, no som “Ouro Negro” oferece-nos trechos dos discursos do primeiro presidente do país, Samora Machel. Com esta presença, o rapper quer reforçar a necessidade de se dar continuidade aos seus ideais numa busca pela liberação total. “Ninguém é livre até todos serem, e Deus sabe da discrepância financeira e da escassez de oportunidades neste nosso Moçambique, que mais e mais parece não ser feito para nós”, explica o artista.

Com um total de oito músicas, a primeira a ser gravada foi “Star”, produzida bem antes do projeto ter sido idealizado e que acabou por servir de faixa promocional.

Através da sua musicalidade Journey pretende transparecer a ideia de “um jovem sonhador, crente no nosso povo, transparente acerca dos seus desafios e imperfeições e que abdica do privilégio para se incluir nas nossas lutas”.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

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