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“Nome”, de Sana Na N’hada, retrata história da Guiné-Bissau antes e pós-independência

O filme Nome, do reconhecido realizador guineense Sana Na N’hada, teve a sua estreia no dia 24 de fevereiro, no Centro Cultural Francês em Bissau. Este título, que para os guineenses significa tanto um antropónimo como a identificação de pessoas que partilham o mesmo nome, mergulha no ano de 1969 na Guiné-Bissau. Narra a saga de um jovem que deixa a sua aldeia para se juntar aos maquis , regressando ao fim de um ano como um herói. Contudo, a alegria é efémera, rapidamente substituída pela amargura e pelo cinismo.

A longa-metragem, fruto de uma colaboração entre Angola, França, Guiné-Bissau e Portugal, desenrola-se no contexto da violenta guerra que colocou frente a frente o exército colonial português e os guerrilheiros do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). “Nome” explora temas como o amor incondicional de uma mulher, a traição de um homem ambicioso comprometido com a libertação do seu país da colonização, e a ganância que emerge com o desejo de tornar-se um combatente respeitado após a independência.

Apresentado na programação da L’ACID (Associação do Cinema Independente para a sua Difusão) durante o Festival de Cannes e premiado em Luanda, o filme é simultaneamente atemporal e atual, refletindo a situação da Guiné-Bissau tanto antes como depois da independência, criticando a liderança egoísta e sem visão.

Sana Na N’hada, uma figura emblemática na história cinematográfica da Guiné-Bissau, destacou a evolução da cinematografia no país, embora lamente a falta de recursos para financiar completamente uma produção cinematográfica, desde a sua criação até à distribuição. Segundo ele, a França é um dos principais beneficiários do filme “Nome”, devido ao seu apoio financeiro e contributo na realização.

Ele também fez questão de elogiar o surgimento de novos realizadores e atores guineenses, destacando a sua criatividade e inovação na produção cinematográfica. Na N’hada, contemporâneo de Flora Gomes, incentiva a nova geração a continuar a enriquecer e valorizar o cinema guineense.

Com mais de sete filmes no seu currículo, estudos de cinema em Cuba e uma passagem pela direção do Instituto Nacional de Cinema e Audiovisual da Guiné-Bissau, Sana Na N’hada tem sido um incansável promotor da história de libertação através do cinema. Apaixonado pelo seu trabalho, ele permanece como uma das figuras mais influentes e respeitadas do cinema na Guiné-Bissau, com “Nome” a ser mais uma prova do seu compromisso em retratar a identidade e os desafios do povo guineense.

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