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O passado voltou a Maputo com o Nostalgia na sua 4ª edição

Nostalgia

Estive pela primeira vez na terra do Hernâni da Silva onde os heróis são Eduardo Mondlane, Samora Machel, Romão Farinha e Luís Marra.

Diferente do que me passou um dia pela cabeça, não fui a Maputo ver Azagaia ou Duas Caras em palco, mas para sentir a Nostalgia de ver pela primeira vez Grace Évora, Dina Medina, Milena Tavares e Johnny Ramos, para recordar uma época com mais de 25 marcada pela música do projeto Mobass.

O festival Nostalgia estava anunciando inicialmente para o campus da Universidade Eduardo Mondlane, mas a previsão de chuva levou a organização a mudar o evento para o Centro de Conferências Joaquim Chissano. O espaço é tão grande quanto o campus e serviu perfeitamente o seu propósito, abriga ro público da chuva que começou às 22h e prolongou-se madrugada adentro.

Com a organização da F&F Eventos, liderada pelo afamado DJ Faya, a iniciativa começou em 2019 e já levou a Maputo nomes como Paulo Flores, Manecas Costa, Yuri da Cunha, entre outros. O principal objetivo do evento é criar um momento único para recordar músicas, bandas e artistas, que marcaram gerações, sobretudo dos PALOP.

Para esta, quarta edição, a BANTUMEN foi convidada a presenciar ao vivo e a cores toda a magia da organização do Nostalgia, que, de acordo com as várias opiniões recolhidas de quem tem acompanhado o evento ao longo do tempo, tem vindo a melhor ano após ano.

Philip Monteiro também fazia parte do cartaz de elite e era um dos nomes mais esperados do evento. Contudo, o artista não conseguiu chegar ao fim do alinhamento previsto, por ter-se sentido mal durante a atuação. O público ainda conseguiu desfrutar de “Amor Amor”, “Fugitivo”, “Amabu ré”, “Sara” e “Malkriado”. Quando esperávamos ouvir e recordar “Lena”, o cantor teve de interromper a atuação devido a uma queda de pressão, que obrigou à intervenção dos serviços médicos. Aparentemente, o artista está bem, chegámos inclusive a apanhar o mesmo voo de regresso para a Europa.

Nostalgia

No palco, todos estavam também à espera dos moçambicanos Saldicos, banda de Afro e zouk com mais de 25 anos, formada por quatro amigos e encabeçada por Aly Abubacar.

O conjunto subiu ao palco por volta das 20H30 locais e teve de parar cinco minutos depois, devido a uma falha técnica com o som. Rapidamente, a situação foi resolvida e seguiram-se mais de 40 minutos de música, com clássicos principalmente nas províncias do norte de Moçambique – e que ouvi pela primeira vez.

Seguiu-se Tha Real Vibe, com uma história de mais de 20 anos, representada por mestres do dance hall e do reagge de barba e dreadlocks brancos.

O momento mais alto da noite chegou às 22h50, quando Grace Évora começou a cantar “Perdão”, criando um rebuliço entre as mulheres presentes. Ouvimos ainda o hit “Sem ti Não Sou Nada”, um tema já mais conhecido do público mais jovem que foi ao evento.

“É Bo” fez com que Grace introduzisse a participação de Dina Medina, que encaixou depois “Rependimento”, com Jonhnny Ramos.

Nostalgia

Houve ainda um momento dedicado às ações sociais que DJ Faya tem feito em prol de associações quem lutam contra o HIV e o estigma do espectro do autismo.

O dono da Discoteca Shelk e do complexo Mini Golfe foram duas personalidades homenageadas em palco por serem referência na promoção cultural e artística em Moçambique.

O show continuou com “Sophy”, de Johnny Ramos, que cantou também “Ilusao” com Milena, “Intocavel”, Procura (Milena), “Perde Tempo”, o clássico “Lolita”, de Grace Evora, entre outros hits dos anos 2000.

A noite terminou com o Deejay português Sandro Lousa, além de DJ All Star, Surpresa, Puxinho, Zé Abdul e Carlos Pedro, que tiveram o seu momento entre as apresentações das bandas.

Sobre a organização à volta da própria estrutura da F&F Eventos, que envolveu zonas vips – a cruciante mas necessária divisão de castas -, há a ressaltar a escolha da utilização de cartões de recarga para pagamento do consumo, método usado em diferentes eventos na Europa.


A produção do evento foi cinco estrelas no apoio logístico aos artistas e media convidada – BANTUMEN, RDP África e Trace Toca.

Com cerca de quatro mil no Joaquim Chissano, posso garantir que a casa esteve muito bem composta e ainda cabiam umas tantas pessoas.

No final das contas, pelo que vi e vivi, daria um 7 em 10 valores à organização, apesar de achar que nem a BANTUMEN nem outra plataforma tenha a competência para classificar um esforço financeiro e logístico para organizar pela quarta vez um projeto da dimensão do “Nostalgia – O passado voltou”. Parabéns a quem liderou todos os preparativos, especialmente ao Faya, que não hesita em colocar as mãos na massa (a do trabalho, e não a do dinheiro) sempre que necessário.

Confirma-se, “o passado voltou” a Maputo e Nostalgia é um evento com potencial para crescer ainda mais.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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