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“O vivo, o morto e o peixe-frito” leva atores negros à RTP1

Os Vivos, O Morto e o Peixe Frito

Um dos livros mais populares do autor angolano Ondjaki, O vivo, o morto e o peixe-frito, vai chegar à televisão pública portuguesa já no dia 7 de dezembro. Apesar de a produção ser inteiramente branca, a história foi interpretada por um elenco negro e que teve a possibilidade de colocar as suas impressões no desenvolvimento das várias de fases da produção.

Com a realização de Daniela Ruah – atriz com forte presença no universo audiovisual português e americano, destacando-se pelos papéis nas séries recordistas de audiências “NCIS: Los Angeles” e “Hawaii Five-O” e no filme de George Lucas, Red Tails – o filme conta com um elenco de luxo dentro do cenário português afrodescendente, como Igor Regalla, Soraia Tavares, Matamba Joaquim, Daniel Martinho, Mina Andala, Mauro Hermínio, Cheila Lima e Nora Carvalho.

O argumento, escrito por José Pinto Carneiro, foca-se num episódio em concreto de O vivo, o morto e o peixe-frito. “No dia em que Portugal e Angola se defrontam no Mundial 2006, moçambicanos, angolanos, guineenses, são-tomenses, cabo-verdianos e portugueses juntam-se num festim de cerveja, peixe frito e expectativa. Os mais nervosos são JJ e Mina, que aproveitam o jogo para anunciar à família dela que, apesar de não serem sequer noivos, vão ser pais. Tudo pode correr mal e, por isso, JJ leva consigo um padrinho com a barriga cheia de diamantes”, lemos na sinopse da trama.

De acordo com Matamba Joaquim, esta é “uma oportunidade que poderá abrir portas na visibilidade do talento de artistas afrodescendentes”. É importante referir que o elenco deste filme é composto por atores e atrizes que há muito fazem parte do panorama da sétima arte em Portugal e que, apesar de alguns serem nascidos e criados em Portugal, são remetidos quase exclusivamente para produções transmitidas na RTP África. Afinal, estamos a falar de “outros portugueses, que os brancos portugueses não estão habituados a ‘ver'”.

Ainda de acordo com Matamba Joaquim, Daniela Ruah é uma profissional experimentada e que, talvez por vir de uma realidade diferente, deu a possibilidade ao elenco de imprimir na produção as suas sugestões e orientações. Sobretudo, porque esta é uma história negra (angolana), adaptada à vivência afrodescendente em Portugal. “Foi uma produção quase coletiva. As nossas vozes contaram”, confirmou Matamba, que também atestou a abertura da própria Ukbar Filmes para o desenrolar desta interação.

A produção faz parte do projeto “Contado por Mulheres”, uma nova aposta audiovisual da Ukbar Filmes e da RTP1, em coprodução com a Krakow Film Klaster (Polónia). Cinco telefilmes que chegam em novembro ao horário nobre da RTP1. Rodados entre março e agosto de 2021 em diversos locais da região centro portuguesa.

A ideia inicial para estes telefilmes era constatar a transformação de um país e de uma sociedade em diferentes contextos políticos, sociais e económicos, espelhando a realidade portuguesa neste arco temporal dos últimos 100 anos através de histórias de grandes autores da língua portuguesa.

Sobre Ondjaki, nasceu em Luanda em 1977 e é um prosador e poeta cujas obras estão traduzidas em francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio, swahili e polaco. Foi Prémio Literário Sagrada Esperança 2004 (Angola) e Prémio Literário António Paulouro 2004; Grande Prémio de Conto «Camilo Castelo Branco» C. M. de Vila Nova de Famalicão/APE 2007, com Os Da Minha Rua; o Grinzane for Africa Prize – Young Writer 2008 (pelo conjunto da obra); Prémio FNLIJ (Brasil 2010, 2013 e 2014); prémio JABUTI (Brasil 2010), na categoria Juvenil, com AvóDezanove e o segredo do soviético (romance); e o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância, 2012, com a bicicleta que tinha bigodes. Em 2013, com os transparentes, ganhou o Prémio José Saramago.

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