Um dia depois de Cabo Verde declarar o Funaná, estilo musical e de dança, como Património Cultural Imaterial Nacional, Angola decidiu dar o mesmo passo em relação à Kizomba, Tchianda e aos instrumentos musicais marimba e quissanje.
O anúncio oficial foi feito numa cerimónia no Palácio de Ferro, em Luanda, a 18 de abril, no âmbito das celebrações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, celebrado no mesmo dia.
Segundo a directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Cecília Gourgel, em declarações ao Jornal de Angola, o Ministério da Cultura considera que a iniciativa é uma forma de salvaguardar a matriz angolana de pertença. “A salvaguarda do Património Cultural deve nortear o respeito pela diversidade cultural, por via de um processo de educação patrimonial, restauro e gestão adequada”, sublinhou Cecília Gourgel. O ministério da Cultura angolano indica ainda que o reconhecimento destes géneros e dos instrumentos nacionais permite “evitar a sua usurpação” e a promoção de medidas para “a sua valorização e preservação para as gerações futuras”.
No caso de Cabo Verde, o governo adiantou que a classificação do funaná a Património Cultural Imaterial Nacional é um “acto de justiça” perante este género musical tradicional cabo-verdiano. “É dos géneros musicais mais antigo e que está bastante enraizado na cultura popular. Tem na sua história o facto de estar relacionado com a vida do homem no campo, que de uma forma geral é a vida de todos os cabo-verdianos”, justificou Ana Samira Baessa, presidente do Instituto do Património Cultural à agência Inforpress.
A classificação do género musical tradicional resulta de um “amplo trabalho” técnico de documentação, inventariação, proposta de proteção legal por via da classificação e várias ações de variada natureza, que perspectivam, por via da elaboração de um plano de salvaguarda, a viabilidade, transmissão e perpetuação do elemento enquanto património imaterial.
