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Kizomba Design Museum em São Paulo com experiência imersiva de três dias

kizomba
Fotografia: ErnAn Solozábal

O Kizomba Design Museum, plataforma transitória dedicada à preservação da história da cultura kizomba, criada em Angola, pelos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (Palop) e a sua diáspora, apresenta pela primeira vez uma experiência imersiva de três dias em São Paulo, de 6 a 8 de setembro. Fundado pelo escritor e produtor musical Kalaf Epalanga e pelo diretor criativo e artista multidisciplinar Nástio Mosquito, o Kizomba Design Museum fomenta o diálogo público e destaca a influência que a cultura kizomba exerce sobre várias comunidades no mundo.

Através de música, gastronomia e performances, o evento inédito chega como um museu vivo e explora o relacionamento intercultural entre a rica história do género musical e o seu impacto social, económico e político dentro das diásporas em esferas pública e privada em países de língua portuguesa.

“É um momento emocionante reunir músicos talentosos e entusiastas da cultura kizomba numa das maiores cidades de língua portuguesa, marcando a nossa presença significativa em simultâneo com a notável Bienal Internacional de Arte de São Paulo, cuja edição este ano representa uma espécie de renascimento cultural”, comenta Kalaf Epalanga. “Através da dança e do movimento, estamos a ativar o espaço e a proporcionar insights sobre a interação entre as nações africanas de língua portuguesa e o Brasil para o público. Essa dinâmica cria um cenário ideal que é vibrante, atual e desperta todos os sentidos. Não importa se você está apenas descobrindo a música ou se é um especialista; queremos destacar não só o significado histórico da kizomba, mas também garantir a sua vitalidade contínua”, completa o cofundador.

“Muitas manifestações culturais diaspóricas são enquadradas como elementos que servem como plataformas lúdicas de uma presença legal, ou ilegal, tolerada ou apropriada. Sabemos que esses gestos estéticos, gastronómicos e voltados para o entretenimento são plataformas factuais, financeiras e com potencial económico. O Kizomba Design Museum não é apenas uma celebração de cultura ou da sua identidade; é um gesto de cuidado, um gesto de doação a essa forma de arte e a justiça económica do mercado, alcançando a indústria da música, a indústria alimentícia e a indústria do entretenimento”, reforça Nástio Mosquito.

Em kimbundu, uma língua bantu do norte de Angola, kizomba significa festa ou celebração. Por isso, os projetos do Kizomba Design Museum em São Paulo foram pensados de forma a ser a fase inicial para a criação efetiva de um centro institucional desse movimento de difusão. Aprofundando conceitos mais abrangentes sobre o que significa ser um museu e a importância de registrar aspectos mais efémeros ou frequentemente negligenciados da cultura global, o Kizomba Design Museum tem como objetivo levar a um mais amplo reconhecimento da importância da kizomba como um fenémeno também económico e social.

A primeira edição acontece em São Paulo em três importantes espaços da cidade. A programação musical será na Casa de Francisca, localizada no primeiro andar do Palacete Teresa, património histórico paulistano, e a sua proposta é voltada ao comprometimento artístico e à diversidade musical brasileira. Lá, serão realizados espetáculos como os de Paulo Flores, Branko, Dino d’Santiago, Djodje, Kady e também terá a participação especial de Russo Passapusso e Roberto Barreto do BaianaSystem, entre outros.

Outra parte marcante da programação será levada ao icónico Edifício Copan, em cujo andar térreo funciona a Livraria Megafauna, um novo ponto de encontro para reflexão, curadoria e criação de conteúdo. Nela, para palestras e debates, se reunirão escritores e jornalistas como Ondjaki, Yuliana Ortiz Ruano, Marisa Moorman, autora estadunidense e pesquisadora da cultura angolana, além de bate-papo entre Semayat Oliveira e Kalaf Epalanga, autor do romance musical Também os Brancos Sabem Dançar e da coleção de crónicas e ensaios Minha pátria é a língua pretuguesa, que vai lançar pela Todavia. O restaurante Cuia, liderado pela chef Bel Coelho, instalado na Livraria Megafauna, sediará uma experiência gastronômica inspirada na culinária dos países africanos de expressão portuguesa (PALOP), com um cardápio criado especialmente para a ocasião.

A Galeria Pivô, espaço artístico sem fins lucrativos e que oferece uma plataforma de intercâmbio, pensamento crítico e experimentação, também no Edifício Copan, abrigará o Mercado, o espaço que refletirá a influência da moda e do design no universo da kizomba. Uma seleção criteriosa de roupas, calçado, jóias e souvenirs estará disponível para compra no local, complementada ainda por uma instalação sonora e pela exibição de vídeos que traduzem as cores vibrantes e os ritmos envolventes da kizomba. A curadoria está sob a responsabilidade do designer luso-guineense radicado em Nova York, Armando Cabral. O projeto de decoração do espaço foi concebido pela arquiteta Stephanie Ribeiro. Além disso, em frente ao Pivô, serão realizadas apresentações de música e dança pelo coletivo Kizomba Yetu.

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