Jay Arghh abriu o mês de fevereiro com o seu primeiro álbum de originais, Reinaldo Frederico, que, além da suas próprias vivês, revisita a história de Moçambique.
Jay Arghh, nascido em Maputo na década de 90, apresenta-nos uma obra-prima que espelha parte da história da sua terra natal. Reinaldo Frederico pode ser apenas mais um nome para muitos, mas na verdade, é uma figura emblemática para a cultura moçambicana, sendo o último rei que governou em Moçambique. Conhecido também por “Ngungunhana”, Reinaldo foi imperador de Gaza. A sua história de captura, exílio, conversão ao cristianismo e batismo ilustra uma figura que Jay Arghh considera “inquestionavelmente proeminente entre os moçambicanos”.
Ao explicar a escolha do nome para o título do seu primeiro álbum, Jay Arghh sublinha a importância de trazer à luz “aspectos da nossa história que não devem ser esquecidos”. Reinaldo Frederico, composto por 22 faixas, foi um projeto de cerca de dois anos que, segundo o artista, reflete a sua identidade. “Neste projeto, explorei diversos estilos musicais, sem visar o comercial, tudo conectado à minha origem”, disse, mencionando ainda a colaboração de artistas como Yadah Angel, Larsen AM, Nelson Nhachungue, Mark Exodus, entre outros, que contribuíram para contar essa história marcante na música de língua portuguesa.
José Gil Chiquela Júnior, mais conhecido pelo nome artístico Jay Arghh, recebeu este pseudónimo do pai, que o chamava de “JR” em inglês, adaptando-o posteriormente por questões legais para uma forma homófona. Desde cedo, Jay desenvolveu uma forte ligação com a música, influenciado pelo pai, que tocava baixo numa banda, e encorajado a aprender música na Escola Nacional de Música. Adicionalmente, a influência do irmão, Kamané Kamas, uma figura proeminente na música moçambicana, incutiu em Jay o desejo de seguir os passos do irmão mais velho e deixar a sua marca no mundo musical.
