O festival Super Bock Super Rock está de volta para a sua 26ª edição, desta vez no Parque das Nações. Depois de mais de dois anos de pandemia, o planeado regresso ao Meco transformou-se num festival urbano, devido à atual situação de incêndios que Portugal enfrenta.
Com arranque nesta quinta-feira e um cartaz recheado, a BANTUMEN foi ver propositadamente Asap Rocky e mais uma vez Toy Toy T-Rex.
Embora o espaço não estivesse lotado, T-Rex começou a sua apresentação com “Tinoni” “mas, como o mundo é torto”, desta vez ele não fugiu dali e manteve-se firme. O artista de Monte Abrão, que integra a família Mafia 73, apresentou um boa parte do EP Castanho e ainda cantou temas como “Volta”, “Lado Nenhum” com Pimp William, “Feeling” e antes de terminar cantou “Anti Antes” levando o público ao rubro. No fim voltou-se a ouvir o hit “Tinoni”.
“Mano sinto-me muito grato [por estar aqui] e shout out à organização, obrigado pela confiança. Não foi uma coisa que estava planeada [T-Rex foi convidado para substituir a atuação de Boy Pablo, projeto musical do norueguês Nicolás Pablo Muñoz, que deveria abrir o palco principal do evento], foi uma substituição e é mesmo preciso confiar muito para chamar um artista assim, à última da hora. Fiquei nervoso em palco: palco principal, pela primeira vez, e são sempre os primeiros cinco minutos, dá aquela bomba de adrenalina mas depois passa bem e deu certo”, confessou-nos o artista.
Entretanto, passamos para aquele que para nós seria o outro ponto alto da noite. As luzes apagaram-se e via-se muito movimento no palco, sem se perceber o que se estava a passar.
Era a montagem do cenário de A$AP Rocky, um insuflado em palco, um gigantesco “crash test dummy” – boneco utilizado em simulações de acidentes automóveis -, inspirado na capa de Testing, o terceiro álbum do artista norte-americano, lançado em maio de 2018. Um disco que é uma experimentação clara de novas sonoridades. E como o rapper já tinha dito em entrevistas anteriores “eu não sou só rapper – eu faço música. E é por isso que demorou mais tempo”.
Voltando agora ao concerto, foi a segunda atuação de A$AP Rocky em Portugal este mês. Desculpando-se por estar doente, o que se notou na sua apresentação mediana a deixar o público com vontade de mais., o rapper entrou em palco vestido com a nova coleção da adidas x Gucci, aos saltos e a distribuir tshirts ao público enquanto cantava temas do álbum Testing.
O artista cantou “Asap Forever”, “Praise The Lord”, “LSD” e “Sundress” – tema com que Asap tirou um fã da plateia para o palco. Foi Everyday’ que fez com que se ouvisse o público cantar e depois com um quase medley juntou “Pick it Up’”, colaboração com Famous Dex. Seguiram-se “Plain Jane” versão de A$AP Ferg e “Yamborghini High” do seu coletivo A$AP Mob, e pediu um minuto de silêncio em memória de Asap Yams, um dos três membros fundadores do grupo, que faleceu em 2015.
Nesta 26.ª edição, que termina este sábado, 16, o SBSR deveria ter regressado à Herdade do Cabeço da Flauta, uma zona arborizada, entre a lagoa de Albufeira e a praia do Meco, no concelho de Sesimbra, após dois anos de pausa forçada pela pandemia da covid-19.
Mas, na terça-feira, a dois dias do início, a organização anunciou que o festival seria transferido para Lisboa, tendo em conta a declaração de estado de contingência vigente no país pelo elevado risco de incêndio e a consequente proibição de realização de quaisquer atividades em zona florestal.
No Meco, a organização pretende “arranjar um espaço que não seja florestal, que seja urbano ou agrícola, e que tenha bons acessos, que seja bonito e que tenha um grande cartaz”.
