Xixel Langa é sem dúvida um dos nomes que mais circula nos cartazes sobre de em Maputo. XL Langa (como também é grafado o seu nome artístico) é apaixonada pelo jazz e carrega a sua africanidade em cada performance. Em conversa com a BANTUMEN, a artista falou-nos do seu mais recente álbum, Vatekile.
Vatelkile significa levaram. “Levaram-nos o nosso Deus, a nossa cultura, os nossos antepassados, levaram-nos a nossa dignidade, a história e a vida. Levaram-nos também os nossos ente-queridos”. Este álbum convida-nos a refletir sobre a vida para que saibamos aproveitar e viver o momento da melhor maneira possível”, explica a artista.
Destemida, iniciou a carreira artística a solo, em 2003. Nascida numa família de artistas, participou de shows de bandas e artistas moçambicanos conceituados, como Gito Baloi, Stewart Sukuma, Kapa Dech, Timbila Muzimba, entre outros. Desde então, soma e segue.
Em 2004 foi prémio Revelação e Melhor Voz no Top Feminino. Em 2006, radicou-se na África do Sul, onde fez parte da banda Tucan Tucan e, em 2018, ganhou o prémio Melhor Canção no Ngoma Moçambique.
Além do jazz, a artista está igualmente envolvida em várias iniciativas nacionais e internacionais de associativismo em prol da saúde, das artes e da inclusão da mulher. Xixel Langa encontra nas artes uma maneira de manifestar o seu descontentamento em relação à guerra e outros flagelos sociais que afectam Moçambique, e o mundo em geral. “Fazer música é algo que envolve a minha alma, a natureza do ser humano, que nos conecta a nossa espiritualidade. É algo muito profundo e que para inovar não precisa agredir a nossa tradição, muito menos esquecê-la. Por isso, para mim, o afrojazz é a minha reinvenção da música tradicional moçambicana com instrumentos modernos”, concluiu a cantora.
