Entre os desafios que os africanos enfrentam quotidianamente, a procura por tratamento médico ou hospitais adequados destaca-se como um problema central. A expectativa de vida saudável na região aumentou, em média, dez anos por pessoa entre 2000 e 2019, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Enquanto a saúde pública tenta recuperar-se, o modelo privado predomina, e todos os anos milhões de vidas de camponeses e trabalhadores pobres são perdidas devido à fraca oferta de serviços de saúde e aos preços elevados praticados nas unidades hospitalares no continente africano. Conscientes desta situação, alguns governos mostram-se dispostos a reorientar a política para o setor. A África do Sul e o Uganda já acumulam alguns anos de experiência nesse sentido. Mais recentemente, o Senegal tornou gratuito o tratamento para idosos; o Mali, as cesarianas; o Níger, o atendimento de crianças menores de cinco anos; e, no Burkina Faso, o Estado passou a subsidiar 80% dos partos.
Listamos os dez melhores hospitais de África, um ranking elaborado pelo site “Scimago Institute Rankings”, onde os hospitais da África do Sul dominam, e há uma presença PALOP, nomeadamente o Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, em Moçambique.
A classificação da revista é baseada nas indicações de profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, etc.), na opinião dos gestores dos hospitais, na experiência dos pacientes e em indicadores de desempenho.
1- Africa Health Research Institute
Localizado na África do Sul, na província de KwaZulu-Natal, ocupa dois polos universitários, abrangendo uma área total superior a 800 m².
Trata-se de um instituto de investigação científica independente e transdisciplinar, com 700 cientistas no seu quadro. O AHRI colabora com a comunidade local, comunidades académicas e governamentais, mantendo parcerias com mais de 60 instituições a nível global. Prioriza a formação da próxima geração de cientistas africanos.
2- Escritório Regional da Organização Mundial da Saúde para o Mediterrâneo Oriental, Egito
Situado no Egito, serve como base regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), autoridade diretora e coordenadora da saúde pública no sistema das Nações Unidas. O Escritório atende a Região do Mediterrâneo Oriental da OMS, abrangendo 21 Estados-Membros e o território palestiniano ocupado (incluindo Jerusalém Oriental), num total de quase 745 milhões de pessoas. Tem como missão promover a saúde, assegurar a segurança global e servir os vulneráveis, com impacto mensurável a nível nacional.
3- Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul
Criado em 1969, o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul (SAMRC) visa melhorar a saúde e a qualidade de vida através da pesquisa, desenvolvimento e inovação em saúde. Como principal financiador local de pesquisas em saúde, diagnósticos médicos, dispositivos médicos e terapêutica, o SAMRC é pioneiro em inovações médicas, focando em pesquisa genómica, desenvolvimento de novos regimes de tratamento, vacinas, ferramentas de diagnóstico e novos medicamentos e dispositivos.
4- Instituto de Pesquisa Médica do Quénia
Este prestigiado instituto, fundado em 1979, tem como missão melhorar a saúde humana e a qualidade de vida através da investigação, desenvolvimento de capacidades e inovação. Conhecido pela sigla KEMRI, é líder regional em pesquisa de saúde humana e é reconhecido como um centro de excelência em investigação de saúde em África e a nível mundial.
5- Hospital Tygerberg
Localizado em Parow, Cidade do Cabo, o Hospital Tygerberg, inaugurado em 1976, é o maior hospital do Cabo Ocidental e o segundo maior da África do Sul. Funciona como hospital universitário em conjunto com a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Stellenbosch.
6- Centro de Investigação em Saúde de Manhiça
Fundado em 1996 e gerido pela Fundação Manhiça, uma fundação privada sem fins lucrativos resultante de uma parceria entre Moçambique e Espanha. O CISM estabelece um modelo exemplar de parcerias público-privadas no âmbito da cooperação para o desenvolvimento e saúde global. Especializa-se em investigação sobre doenças transmissíveis prevalentes em Moçambique, focando nas principais causas de morbilidade e mortalidade no país.
7- Instituto Etíope de Saúde Pública
Resultante da fusão, em abril de 1995, do antigo Instituto Nacional de Investigação da Saúde, do Instituto Etíope de Nutrição e do Departamento de Medicina Tradicional do Ministério da Saúde. Reconhecido pelo Regulamento do Conselho de Ministros n.º 4/1996, é uma autoridade pública autónoma.
8- Hospital Universitário de Ibadan
Localizado na Nigéria, foi fundado em 1952 com o objetivo de fornecer cuidados de saúde de excelência, rápidos, económicos e acessíveis, promovendo esperança e dignidade. Dedica-se também ao desenvolvimento de profissionais de saúde de alta qualidade em um ambiente que estimula investigação relevante.
9- Hospital Charles Nicolle
Inaugurado em 2012, foca exclusivamente na prevenção da saúde ocupacional do pessoal hospitalar. Realiza ações preventivas para preservar a saúde física e mental dos trabalhadores, aconselhando empregadores e empregados sobre saúde ocupacional e monitorizando o estado de saúde dos trabalhadores.
10- Hospital La Rabta
Localizado em Túnis, capital da Tunísia, é um estabelecimento de saúde pública tunisino sob a tutela do Ministério da Saúde. Caracteriza-se por ser um estabelecimento administrativo público com personalidade jurídica e autonomia financeira, focando-se em assistência, prevenção, ensino e pesquisa.