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“As Areias do Imperador” de Mia Couto vence prémio Albert Bernard 2020

Mia Couto

O escritor moçambicano Mia Couto venceu o prémio literário francês Albert Bernard 2020, pela edição francesa da trilogia “As Areias do Imperador”, publicada no ano passado com tradução de Elisabeth Monteiro Rodrigues.

Todos os anos, desde 1993, o prémio é atribuído pela Academia Francesa de Ciências do Ultramar e destina-se a um autor cuja temática seja África, nos mais variados temas e diferentes pontos de vista da história, da ciência e da literatura.

Mia Couto conquistou este prémio que, pela primeira vez, foi atribuído a um escritor da África Austral. É também inédita a atribuição do prémio a um autor de língua oficial portuguesa. Os anteriores vencedores são franceses e do norte do continente africano.

A primeira versão da trilogia As Areias do Imperador foi lançado sob a chancela da Fundação Fernando Leite Couto e é composta pelos romances Mulheres de Cinza (2015), A Espada e a Azagaia (2016) e O Bebedor de Horizontes (2017).  

O enredo centra-se na fase final do Império de Gaza, o segundo maior império do continente, no final do século XIX, dirigido por Ngungunyane, que é tido por herói, e por outros como tirano.

O imperador perdeu a vida em 1906 nos Açores, em Portugal, onde foi mantido prisioneiro, depois de ter sido capturado pelas forças portuguesas, comandadas por Mouzinho de Albuquerque, em 1895.

Em 1985, os seus restos mortais foram transladados para Moçambique e até hoje repousam na Fortaleza de Maputo.

Nos seus livros, Mia Couto, utiliza a narradora Imani Tsambe para dar seguimento às suas narrativas. Ela é uma jovem de 15 anos, da aldeia de Nkokolani, etnia Chope. O autor introduz o leitor ao reino de Gaza, já em decadência derradeira de uma série de imperadores notáveis, que controlavam quase metade de Moçambique.

A trilogia histórica, que retoma factos conhecidos e personagens reais, combinados com ficção, tem como suporte a investigação do autor sobre extensa documentação existente em Moçambique e Portugal, assim como testemunhos recolhidos em Maputo e Inhambane.

Este é um “romance histórico” que toma emprestados muitos factos reais da história, por meio de alguns personagens, actores ou testemunhas. O galardão aparece depois de, no final do ano passado, na Suíça, ter sido premiado pelo mesmo conjunto de romances.

Relembramos ainda que o escritor, que se encontra confinado depois de ter testado positivo ao novo coronavírus, lançou no ano passado o seu mais recente livro, intitulado “O Mapeador de Ausências”, um romance com o selo da Fundação Fernando Leite Couto, que igualmente viaja pelo tempo e fala de tempo colonial e do pós-independência.

Mia Couto, junta a este prémio aos restantes ganhos anteriormente como, o prémio Nacional de Jornalismo Areosa Pena (1989), Grande Prémio da Ficção Narrativa (1990), Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos (1995), Vergilio Ferreira (1999), União Latina de Literaturas Românicas (2007), Passo Passo Fundo Zaffari e Bourbon de Literatura (2007), Ordem do Mérito Cultural (2009) e Neustadt International Prize for Literature (2014). E ainda, um dos maiores prémios dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP, Prémio Camões (2013).

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