O Teatro do Bairro Alto (TBA), em Lisboa (Portugal), inicia o ano de 2024 com uma conversa a várias vozes dedicada à terra, como elemento de fertilização e nutrição dos futuros possíveis. O ciclo, intitulado “Fertilizar/Nutrir”, é coordenado pela artista e programadora Melissa Rodrigues, que convidou cinco personalidades e um coletivo de diferentes áreas para partilharem as suas visões e experiências sobre a relação sobre extrativismo, colaboração, simbiose, cura e descanso.
No dia 17 de janeiro, com arranque às 18h30, no palco da sala principal do TBA, a entrada é livre, mediante levantamento prévio de bilhete no próprio dia, a partir das 15h, no máximo de dois bilhetes por pessoa.
O encontro acontece com a participação da arquiteta, curadora e professora Andreia Garcia, que foi responsável pela representação portuguesa na 18.ª Exposição Internacional de Arquitetura – Bienal de Veneza 2023; a atriz e performer Aoaní Salvaterra, que nasceu em São Tomé e Príncipe e tem trabalhado em teatro, cinema e audiovisuais, com trabalhos exibidos em vários países. Aoaní Salvaterra irá abordar a sua trajetória artística, que se cruza com questões de identidade, memória, ancestralidade e diáspora; Henda Vieira-Lopes, cofundador do coletivo AfroPsis, formador, sonhador, pesquisador e diretor clínico e terapeuta sistémico afrocentrado no Espaço Yanda, que criou. Henda Vieira-Lopes irá partilhar as suas reflexões sobre a importância da psicologia afrocentrada, que valoriza a cultura e a história dos povos africanos e da diáspora negra, como forma de cura e empoderamento; a artista criadora visual, poeta, cozinheira e pintora de peles Jade Rocha, também conhecida por techtoniKAH, irá apresentar o seu trabalho, que se orienta pela espiritualidade e pela relação íntima com elementos naturais. Jade Rocha irá desafiar a rigidez dos ritmos, das temporalidades e dos enquadramentos normativos do dito sistema da arte, propondo outras formas de expressão e comunicação; o coletivo Mulheres Negras Escurecidas (MNE), formado por mulheres negras que têm por base a troca de afetos, irá falar sobre o seu projeto, que cria um espaço seguro de reflexões sobre diferentes questões e empoderamento. O coletivo irá também partilhar algumas das suas ações e intervenções artísticas, que visam escurecer os pensamentos e os ideais; o artista visual e performer Vinícius Couto, que baseia o seu trabalho na investigação HIV/sida e nas suas intersecções. Vinícius Couto irá fornecer, através da arte, informação e experiências para eliminar estigmas e promover a solidariedade e a diversidade.
“Fertilizar/Nutrir” surge depois de um ciclo dedicado ao fogo, que marcou a programação de discurso do TBA no último semestre de 2023. O fogo foi visto como potência de transformação cósmica e como urgência, mas também como fonte de destruição e regeneração. Neste novo ciclo, o foco é na terra, como elemento que dá e recebe, que nutre e fertiliza, que abriga e sustenta. O objetivo é criar o impossível, a partir de uma perspetiva ecológica, artística e política, que alia prática e afetos.
No dia 24 de fevereiro haverá também um workshop com o ator Paulo Pascoal e no dia 27 de fevereiro com a artista Filipa Bossuet.
