A indústria têxtil europeia delineou uma iniciativa que pretende travar a crescente questão dos resíduos de roupas e têxteis em toda a Europa, que foi lançada pela organização britânica WRAP (Waste & Resources Action Program). O Plano de Ação do Vestuário Europeu (ECAP) foi iniciado com o objetivo de desviar mais de 90 mil toneladas de têxteis dos aterros sanitários.
ECAP é baseado no esquema WRAP apenas no Reino Unido, Plano de Ação de Vestuário Sustentável (SCAP), cuja missão é fomentar o sistema de separação, priorizando o reaproveitamento em relação à reciclagem e este ponto é absolutamente importante, no que concerne a uma maior proteção do impacto ambiental causado pela reciclagem, também a nível energético e económico.
2020 has brought the environmental impact of fashion into focus with @WRAP_UK finding nearly two thirds of British adults have used #lockdown to learn more about #sustainability – https://t.co/9d3Dr0YNR9 pic.twitter.com/J5b8CHlRCI
— Flag (@flagcomm) November 18, 2020
Uma melhor sustentabilidade dos têxteis em todo o seu ciclo de vida, desde o design até ao fim do seu uso, começa a ser uma realidade cada vez mais forte. Tanto pela cada vez maior consciência do consumidor, que tem cada vez mais acesso a informação, como pela responsabilidade da própria indústria têxtil que é uma das mais poluentes do mundo.
Já anteriormente, a WRAP abordou o comportamento do consumidor em torno da moda através da sua campanha inspiradora “Ame as suas roupas”. Oitenta organizações, representando 45% das vendas de retalho do Reino Unido, inscreveram-se no SCAP 2020. Este é um compromisso para reduzir as pegadas de resíduos, água e de carbono das roupas fornecidas ou recebidas no Reino Unido, com base nos níveis de 2012.
O compromisso é de tal forma importante e significativo que um nome de peso como o da estilista britânica Stella McCartney está envolvido, assim como conhecidas marcas inglesas, como a New Look, Next, Sainsbury’s, Debenhams e Tesco.
Se as metas do SCAP 2020 forem cumpridas, isso significaria economizar o seguinte: 16 mil toneladas de resíduos (equivalente a mais de 1.300 autocarros de dois andares), 420 milhões de m3 de água (ou 160.000 piscinas olímpicas) e 1,2 milhão de toneladas de emissões de CO2 (ou as emissões anuais de quase 250.000 carros).
Isso inclui moda sustentável sem fins lucrativos MADE-BY.
O ECAP será baseado na fórmula SCAP, devido ao seu sucesso até ao momento, embora que em maior escala.
A WRAP espera encorajar mudanças positivas desde o design até ao seu fim da vida útil. Tudo à volta destes projetos têm em vista o impulso de uma economia circular com abordagem eficiente dos recursos.
Todos somos testemunhas e contribuímos para o aumento da chamada fast fashion, consumismo e estilos de vida descartáveis nas últimas décadas e os níveis de resíduos que vão para aterros sanitários tornaram-se uma grande preocupação em todo o mundo, especialmente nas nações mais ricas.
As quantidades significativas de água, produtos químicos e energia usados antes e durante o fabrico e os transportes, significam que a indústria do vestuário coloca muita pressão sobre os recursos naturais e tem uma imensa pegada de carbono antes mesmo de chegar ao consumidor.
É em nome da sustentabilidade que a indústria têxtil finalmente se move para combater este flagelo ambiental goblal, o que naturalmente implica tornar mais rígida a regulamentação que cobre a redução gradual de produtos eletrónicos e de Stocks não vendidos na indústria da moda.
“A reciclagem de têxteis, baterias e embalagens será a prioridade num novo plano para reduzir o lixo a metade na União Europeia até 2030”, disse Frans Timmermans, que lidera o esforço da UE para se tornar o primeiro continente neutro para o ambiente até 2050.
A França assumiu a liderança com a adoção, no mês passado, de sua primeira lei anti-resíduos, (proibirá todos os plásticos descartáveis até 2040 e de outros itens que começará em janeiro de 2021).
A Comissão Europeia deve apresentar o seu chamado plano de economia circular para um futuro com menos desperdícios.
Em Portugal, a cidade de Lisboa é ao longo deste ano a capital verde da UE e tem levado a cabo diversas iniciativas neste sentido, nomeadamente a adesão ao programa por parte de uma das maiores superfícies comerciais em Portugal como é o El Corte Inglês.
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