Kendrah acaba de lançar a sua mais nova obra, intitulada Liberta, que acaba por materializar uma “ressurreição” para a artista da Pirline, que há muito não atirava nada de novo para o mercado musical. O EP está disponível desde o último dia 19 de maio, em todas as plataformas digitais.
Liberta, tal como firma o nome, simboliza um processo de transição e metamorfose. O novo formato estendido de Kendrah marca um recomeço na carreira da artista, que passou por um intervalo de cerca de seis anos, desde o lançamento do seu primeiro projeto Furacão.
Kendrah, que tem o seu nome como uma das grandes apostas da produtora Pirline, passou por uma fase de depressão e bloqueio artístico. Com o apoio psicológico e de familiares, Kendrah ultrapassou a situação e está agora pronta para voltar a dar ritmo à sua carreira.
Reerguida, com a sua auto-estima de volta e liberta dos seus medos, a artista decidiu lançar este projeto, com seis faixas e que mostra as suas várias facetas. O projeto navega entre sonoridades do rap, naija, r&b e world music.
Em Liberta Kendrah traz o seu lado mais maduro, com sonoridades diferentes daquilo a que habituou o seu público.
“Nós procurámos criar um conceito em torno de todas as músicas, porque todas as músicas têm a ver com a minha personalidade”, disse a intérprete, revelando também que, inicialmente, o nome do projeto era “Aries”, o seu signo, uma vez que cada música fala um pouco da sua personalidade em diferentes situações.
A artista sempre mostrou o seu lado mais rapper, mas neste projeto preferiu fazer diferente e dar a conhecer a sua versatilidade em rimar e cantar em cima de sonoridades distintas. Kelson Most Wanted é a única participação do EP, artista que Kendrah tem como uma das suas principais inspirações dentro do hip hop nacional.
Na direção artística, Kendrah contou com o apoio de Samuel Clássico, um dos grandes nomes da nova geração da música nacional e também artista da label Pirline. A direção musical esteve a cargo de Osvaldo Chad, e a mistura e masterização passaram pelas mãos de Alleny.
Aos 24 anos, Kendrah é rapper, compositora, radialista, empreendedora e formada em biomedicina, e vê-se como uma das poucas artistas femininas de rap em Angola que tem a arte como profissão e estilo de vida e que vai contribuir para a melhoria do cenário atual do mercado. “Porque muitas vezes precisamos de alguém que nos mostre que é possível. Se calhar ainda não apareceu ninguém que mostrasse a outras mulheres que é possível fazer isso de forma constante”, revelou a artista evidenciado a falta de um maior número de mulheres a viver do hip hop no seu país.
António Costa
Por vezes com dificuldades de me descrever em palavras, mas sem medo de ser quem sou. Aos 21 anos, com formação académica em línguas e humanidades, levo a comunicação e o hip hop como estilo de vida num mundo em que muitas vezes os coloca em segundo plano.