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Albinismo: No centro de Angola, a Oyo-Huambo é uma miragem no combate à discriminação

Oyo-HuambO, ALBINISMO
Oyo-Huambo | DR

O amor ao próximo fez surgir no centro de Angola a Oyo-Huambo, associação que promove ações de conscientização e empoderamento da pessoa com albinismo. A falta de ações e organizações focadas neste assunto, acaba por fazer da Oyo-Huambo uma lufada de ar fresco, sobretudo para as populações locais que convivem com a condição.

Maltratados, desprezados e, em certas zonas africanas, associados a práticas de feitiçaria, são algumas das realidades com que crianças e adultos com albinismo têm de lidar. É contra esta violenta discriminação que luta a Organização sem fins lucrativos Oyo-Huambo.

Com aproximadamente três anos de existência, a organização sem fins lucrativos serve como interlocutor entre pessoas com albinismo, governo e instituições privadas, fomentando atividades em áreas fundamentais como Saúde, Educação e inserção social. 

Em Angola, as várias iniciativas que lutam contra a discriminação desta condição são ainda insuficientes e a legislação há muito que prevê apoios institucionais e proteção mas as ações tardam em chegar.

Embora cientificamente esteja documentado que o albinismo é apenas um distúrbio genético que se caracteriza pela ausência total ou parcial da melanina (pigmento responsável pela coloração da pele, dos pêlos e dos olhos) a segregação, discriminação e violência, em várias sociedades, ainda é predominante.

Em conversa com representantes da Oyo, foi-nos revelado que, entre as queixas mais comuns de pessoas albinas, as questões ligadas à saúde são constantes. “A nível local, 95% das famílias com pessoas portadoras de albinismo são de  um nível económico-social muitíssimo baixo. Para estas famílias, adquirir protetores solares e  óculos graduados ainda custam os olhos da cara”, disse Délcio Luvumba, um dos representantes da OYO.

A pobreza e a falta de emprego também são algumas das preocupações da comunidade albina, consequência da segregação social. “Ainda é raro vermos pessoas com albinismo a trabalharem nos diversos setores da sociedade. Acredito que não é por falta de competência ou por falta de capacidade intelectual, mas por falta de fiscalização e de inclusão”, revela o ativista.

Servindo de suporte e direcionamento para pessoas vulneráveis, a associação goza de plena autonomia juridico-financeira, Luvumba frisa que as cotas dos membros e pessoas que apoiam a causa têm servido para a manutenção da associação, realização de atividades e  empoderamento de pessoas com albinismo e as suas famílias com albinismo. 

Sobre o apoio efetivo do estado que ainda não é palpável, Délcio Luvumba confessa-nos: “Era bom que viesse uma cotização por parte do estado para que juntos possamos colmatar estas dificuldades”. 

O responsável pela comunicação e marketing ainda acrescenta que associações como a OYO – Huambo “vêm colmatar possíveis falhas do Estado” e têm sido muitas das vezes um “ombro amigo” para as populações. Para a realização das suas atividades, a OYO vem recebendo diversos apoios mas o mais importante, que são apoios institucionais, não têm sido suficientes. Contudo, Luvumba observa que há cada vez mais um maior engajamento do setor privado.

Para 2023, na agenda institucional da OYO – Huambo destaca-se a realização de um Censos a nível dos municípios da província do Huambo para mapear a população de albinos e as condições socioeconómicas em que vive; a publicação do site oficial e efetivação de uma parceria com a União Europeia.

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