Procurar
Close this search box.

Rainha Diambi Kabatusuila, a única Mulher Rei viva

Rainha Diambi Kabatusuila
DR

O título Mulher Rei já não é novo para a maioria, foi popularizado com o lançamento do filme da Sony Pictures estrelado por Viola Davis, em 2022, mas há uma Mulher Rei em vida, cujo nome, provavelmente, desconheces. Falamos da rainha Diambi Kabatusuila Tshiyoyo Muata que podemos atualmente ver na nova série-documentário da Netflix, Rainhas Africanas.

Nascida na Bélgica e criada no Congo, Diambi Kabatusuila é filha de mãe belga e pai congolês diplomata. Com um vasto currículo académico (entre Ciências e Economia), a rainha fala seis idiomas e está investida num périplo mundial para elevar a identidade africana e criar ligações de poder que beneficiem não só o continente mas também o povo africano e a sua diáspora.

Diambi Kabatusuila Tshiyoyo Muata é a rainha tradicional do povo Bena Tshiyamba de Bakwa Indu, do histórico Reino de Luba (século XVI). Geograficamente, o reinado de Diambi Kabatusuila estende-se pela região de Kasaï Central, parte do antigo Império Luba, e que integra as regiões de Luba (RDC), Kazembe (RDC/Zâmbia) e Lunda (Angola).

Percurso

De essência pan-africana, a rainha Diambi é Doutora em Administração Pública, Doutora Honoris Causa em Filosofia em Humanidades, Cátedra em Direito e Ordem Internacional, Mestre em Ciências em Psicologia Aplicada, Mestre em Ciências da Saúde Mental e também possui um bacharelato em negócios, finanças e economia. Já trabalhou como terapeuta de saúde mental infantil, especialista em toxicomania, e como consultora de economia no Observatório Social Europeu para a Comissão Europeia, em Bruxelas, entre outras agências governamentais.

Atualmente, é diretora executiva do Umoja Institute, em Nova Orleans, EUA, vice-presidente do FOKABE, sem fins lucrativos em Kinshasa, na República Democrática do Congo, fundadora da Elikia Hope Foundation e presidente do conselho de administração da African Views, Nova Iorque, EUA.

Coroação

Diambi Kabatusuila, cujo nome significa “a portadora de boas novas”, foi coroada a 31 de agosto de 2016, tendo sido entronizada por todos os chefes Bakwa Luntu a 15 de julho 2017. O seu extenso título, Mukalenga Mukaji wa Nkashama wa Bakwa Luntu wa Baluba wa Kasaï wa Congo, significa Mulher Rei da Ordem do Leopardo do Povo Bakwa Luntu.

A 5 de agosto de 2017, foi outorgada em Kinshasa pela Associação de Autoridades Tradicionais e Costumeiras do Congo; a 3 de março de 2019 foi coroada rainha-mãe do povo bantu do Brasil, em Salvador da Bahia, e foi também agraciada com a Medalha Tiradentes, a maior honraria do Parlamento brasileiro.

Líder ainda do World Indigenous Fórum, a rainha Diambi assumiu como principal missão o empoderamento social e económico dos povos originários, com base nos seus próprios sistemas de valores, e a construção de alianças globais para acelerar o movimento Africa Rising, que em português pode ser lido como a ascensão de África.

A sua estratégia passa por fomentar a mudança de narrativa sobre o povo africano e o continente, trabalhando na promoção da restauração da identidade africana e em questões prementes como a problemática dos plásticos, a preservação do meio ambiente e do património cultural africano.

Nessa jornada, a rainha Diambi viaja frequentemente para estreitar relações com líderes mundiais e é convidada como orada de diferentes eventos, como o Exeter (cimeira internacional sobre a poluição dos oceanos); o Global Impact Summit; Ethereal Summit, entre outros.

No passado mês de janeiro, a rainha Diambi foi recebida em Cabo Verde pelo Presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, e confirmou a intenção de realizar três grandes projetos. O primeiro projeto visa a realização de um Festival de Cultura Crioula; o segundo tem por objetivo a criação de uma Casa da Diáspora Negra “para as pessoas de origem africana que escolhem Cabo Verde para viver, trabalhar, visitar e investir” e o terceiro é destinado à ligação entre as ilhas. “Uma mobilidade mais eficiente para aumentar a capacidade do país no transporte de pessoas e mercadorias e para, desta forma, melhorar as condições para o desenvolvimento do turismo no país”, adiantou à comunicação social na altura.

Além dos contatos com as autoridades cabo-verdianas, será também criada uma equipa técnica para a materialização destes três projetos no arquipélago.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

Recomendações

Procurar
Close this search box.

OUTROS

Um espaço plural, onde experimentamos o  potencial da angolanidade.

Toda a actualidade sobre Comunicação, Publicidade, Empreendedorismo e o Impacto das marcas da Lusofonia.

MAIS POPULARES