Viajar de um lado ao outro do Atlântico em quatro horas é o que poderá acontecer em 2017 quando o protótipo Boom estiver terminado. O projecto, está a ser desenvolvido pela Boom Technology, que promete que o aparelho seja capaz de viajar a uma velocidade 2,2 vezes superior à do som (mais de 2.400 km/hora).
Isto permitiria voar 2,6 vezes mais rápido do que um avião normal da actualidade e permitiria, noutro sentido, reduzir o tempo do percurso entre San Francisco e Tóquio das 11 horas normais para cerca de cinco horas.
A Boom Technology está a trabalhar com a virgin Galactic, subsidiária do Virgin Group de Richard Branson, no valor de dois mil milhões de dólares, programando um protótipo para finais de 2017. “Vamos fornecer serviços de engenharia, desenho e fabrico do projecto da Boom Technology”, reconheceu um porta-voz da empresa de Branson ao “Guardian”. O milionário pode mesmo comprar 10 aparelhos para a Spaceship Company, de acordo com o que refere o diário “El País”.
Mas claro que uma viagem nesta “bomba” supersónica não vai estar acessível para qualquer carteira. Um bilhete deverá custar à volta de cinco mil dólares. Blake Scholl, criador e director do projecto, explica porquê: “Trata-se do primeiro avião supersónico em que toda a gente pode viajar, é quase o mesmo que se paga para viajar na classe executiva”, defendeu, citado pela publicação espanhola.
Scholl fazia uma referência indirecta ao Mach-2 Concorde que, em 1973, já cruzava o Oceano Atlântico em cerca de três horas e meia. Contudo, o Concorde, afectado por elevados custos de manutenção, algo que elevava o preço de cada passagem até aos 20 mil dólares, seria desmantelado, após o trágico acidente de 25 de Julho de 2000 (a queda de um Concorde que partira de Paris rumo a Nova Iorque causando a morte a 113 pessoas).
Progressos realizados na área da fibra de carbono vão permitir que a equipa seja capaz de construir um avião 30% mais eficiente em combustível do que o Concorde e, com 40 lugares, será possível que os passageiros disponham de vista directa “da curvatura da Terra”, segundo diz Scholl.