O regime de Pyongyang é suspeito de estar por detrás do software malicioso que afetou o funcionamento de fábricas, bancos, hospitais, escolas e lojas e dos resgates exigidos posteriormente para recuperar os sistemas operativos.
Dos países lusófonos, foi Portugal que constou entre os países visados pelo ciberataque.
“Este vasto ataque custou milhares de milhões e a Coreia do Norte é diretamente responsável”, escreveu Tom Bossert, o conselheiro para a segurança interna do Presidente norte-americano, Donald Trump, num artigo no The Wall Street Journal, divulgado na segunda-feira à noite.
O mesmo responsável deve fornecer hoje mais pormenores num encontro com a comunicação social.
“Não avançamos com estas acusações de forma ligeira. São baseadas em provas”, referiu Tom Bossert.
Em outubro último, o governo britânico acusou a Coreia do Norte de estar na origem deste ataque informático, que afectou, entre outras entidades, o serviço de saúde pública britânico (NHS).
A 12 de maio, o ataque informático lançado através de um software malicioso apelidado de Wannacry afectou, a par dos serviços de saúde britânicos, as fábricas do construtor automóvel francês Renault, a operadora espanhola Telefonica e a empresa norte-americana de entrega de encomendas FedEx.
Os responsáveis pelo ataque reclamaram um resgate para desbloquear os computadores afetados.
“Por mais de uma década, a Coreia do Norte tem agido mal, de forma quase incontrolável, e esse comportamento malicioso está a tornar-se cada vez mais flagrante e o WannaCry foi irresponsável”, prosseguiu o conselheiro.
O Presidente Donald Trump “já pressionou a Coreia do Norte de forma a atacar os desenvolvimentos inaceitáveis na sua política nuclear e balística. E vamos continuar a exercer a pressão máxima sobre Pyongyang para limitar a sua capacidade de realizar ataques, informáticos ou outros”, reforçou Tom Bossert.
A empresa de segurança informática Symantec chegou a atribuir o ataque ao grupo de piratas informáticos conhecido como Lazarus, suspeito de ter ligações ao regime norte-coreano.
Citado pelo diário The Washington Post, um responsável norte-americano declarou que a administração Trump incitou os países aliados a combaterem os ciberataques da Coreia do Norte e a aplicarem as sanções “apropriadas” no Conselho de Segurança das Nações Unidas.