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A dualidade linguística de Libra e a exaltação da herança africana

Libra apresentou-se ao vivo durante o festival MIL– Lisbon International Music Network, que aconteceu de 27 a 29 de setembro, em Lisboa, e aproveitamos para falar com artista que entrevistámos pela última vez no início de 2022.

A cantora subiu ao palco do B.Leza destacando as suas raizes africanas, cada vez mais presentes na sua música e discurso. Duas horas antes da apresentação, que aconteceu em dia de clássico de futebol (Benfica – Porto), estivemos com Libra para perceber melhor como tem corrido a sua jornada.

Libra acredita estar atualmente numa evolução contínua, sobretudo agora que está a lidar com uma nova equipa, que a permite ter mais liberdade artisticamente, disse-nos. Esta sua nova forma de estar, ser e de descobrir plenamente sua identidade musical é fruto desse à vontade em mostrar-se tal como é.

O facto de escolher expressar-se apenas em inglês, quando a sua língua materna é o português, é um gerador de críticas por parte de alguns. A artista explicou-nos que cantar em inglês não foi apenas uma preferência arbitrária, mas uma reflexão da sua autenticidade e identidade. Foi assim que conseguiu articular as suas emoções e pensamentos de forma mais profunda e precisa. Embora reconhecesse a barreira que esta escolha poderia representar para um artista português, Libra recusou-se a comprometer a sua expressão em prol da aceitação mainstream, deixando claro que essa escolha não é um ato de desafio ou desconsideração pelo português. É uma expressão autêntica da sua arte, uma língua com a qual ela se sente verdadeiramente capaz de comunicar, além de ser uma arma para, melhor e mais rapidamente, alcançar um público global.

A música de Libra, sobretudo as canções mais recentes, transmite uma narrativa poderosa que explora temas complexos e pessoais. Da melancolia de corações partidos, a artista passou a ter nas suas composições uma abordagem mais social e espiritual. Essa mudança de foco revela a maturidade e a consciência de Libra como artista, além da sua capacidade de se posicionar em questões de feminismo e identidade racial e cultural.

Auto-considerada uma contadora de histórias, que usa a música como um veículo para transmitir mensagens e provocar reflexões.

O ponto alto desta entrevista em vídeo foi quando Libra falou da relação com as suas raízes africanas. A música “Land of the Brave” é uma homenagem apaixonada a África e à coragem inerente que associa aos africanos. Isto acontece a partir do momento em que Libra sente necessidade de expressar a complexidade que é a essência da sua identidade étnica, num contexto português. Se antes evitava o assunto, a artista sente-se agora livre para expressar a sua africanidade.

A entrevista com Libra oferece a visão de uma artista que não se conforma com as expetativas convencionais e a sua música transcende barreiras linguísticas, mergulhando nas profundezas da experiência humana.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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