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Martinho da Vila em Portugal com novo álbum, “Negra Ópera”

O renomado cantor brasileiro Martinho da Vila está prestes a regressar a Portugal no âmbito da digressão em comemoração aos seus 85 anos de idade. A festa será dupla, visto que o artista acaba acaba de lançar o seu 52.º álbum, intitulado Negra Ópera, que conta com três composições inéditas. As apresentações estão marcadas para o dia 26 de maio, no Coliseu do Porto, e no dia 27, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Diferente dos discos anteriores, conhecidos pela sua alegria contagiante, Martinho da Vila decidiu explorar novos caminhos musicais em Negra Ópera. Inspirado pela sua paixão pela ópera, o cantor procurou criar a sua própria, incorporando uma dose significativa de dramaticidade. O título do álbum remete à temática negra presente nas músicas, que abordam questões relacionadas à comunidade. Vale ressaltar que a maioria dos músicos envolvidos na produção do álbum também são negros.

Uma das composições inéditas é “Exu das Sete”, uma música que mergulha nas raízes da umbanda, com um arranjo fortemente apoiado na percussão. A faixa conta com a participação do filho de Martinho, Preto Ferreira. O cantor explica que a inspiração para essa música veio da fé católica que nutre, e também com influências da umbanda. O artista dá destaque à importância de promover a convivência entre diferentes religiões.

Outra música inédita, “Dois de Ouro”, retrata a história real de um capoeirista baiano, trazendo a linguagem da capoeira de forma orgânica e envolvente. Já a terceira faixa inédita, intitulada “Diacuí”, é baseada em uma história real de uma indígena que, nos anos 1950, se casou com um sertanista, engravidou e acabou falecendo durante o parto. Embora escrita há 60 anos, Martinho decidiu incluí-la no álbum por considerar que o drama indígena se aproxima do drama negro, proporcionando uma conexão artística entre as histórias.

Além das músicas inéditas, Negra Ópera traz composições de renomados artistas, como Zé Ketti, Adoniran Barbosa e Silas de Oliveira. O álbum também conta com participações especiais de Chico César, Renato Teixeira, Mart’nália e o rapper carioca Will Kevin.

Martinho da Vila escolheu pessoalmente as canções “Linda Madalena”, lançada em 1983, e “A Serra do Rola Moça”, um poema de Mário de Andrade musicado pelo próprio Martinho em 1987. A segunda faixa, que tem um sabor rural, aborda a trágica história de um casal. Para essa canção, Martinho convidou Renato Teixeira, com quem possui uma longa história de amizade desde o histórico Festival da Record de 1967, onde ambos foram concorrentes.

A temática da morte se faz presente em algumas das canções do disco, o que levou o artista a fazer uma observação bem-humorada, ressaltando que isso está de acordo com o conceito de ópera, na qual histórias trágicas são apreciadas pela beleza que transmitem.

Martinho da Vila, um dos artistas brasileiros mais queridos pelo público português, chega a Portugal acompanhado da sua nova banda, composta por Gabriel Aquino (violão), Gabriel Policarpo e Bernardo Aguiar (percussão), João Rafael (baixo), Alaan Monteiro (cavaquinho) e Maíra Freitas (piano).

A escolha de incluir Portugal na digressão, e num ano tão especial, fortalece ainda mais a relação de amor que Martinho da Vila possui com o país. Durante os concertos, o artista presenteará o público com os seus maiores sucessos, como “Casa de Bamba”, “Devagar Devagarinho”, “Canta Canta, Minha Gente”, “Madalena do Jacu”, “Disritmia” e “O Pequeno Burguês”, entre outros.

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