Falta uma semana para o MIL, que reúne em Lisboa um festival e conferências sobre a indústria da música, de 27 a 29 de setembro. Além dos concertos, ao longo de três dias, o evento vai contar com vários momentos de formação, debate e networking essenciais para o desenvolvimento de carreiras artísticas.
Além de três momentos de speedmeeting, o MIL quer dar a conhecer boas práticas entre artistas, managers, bookers e criativos através da apresentação de factores-chave na indústria da música, de como tirar partido das plataformas de streaming ou como configurar e manter estratégias de carreira e comunicação.
No debate “Porque é que o A&R ainda é importante”,vai-se discutir o estado do A&R (artistas e repertório) nos dias de hoje, como se está a adaptar aos novos modelos de consumo e como procura constantemente por novas formas de potenciar as carreiras artísticas. Os intervenientes serão Daniel Belo (Antena 3), Lewis Robinson (Mais Um Discos), Núria Pinto (Altafone) e Afonso Ferreira (Sony), Clotilde Baile (4AD) e Pipa Marinho (Lay Down Recordings).
António Porém Pires, supervisor musical das séries portuguesas “Rabo de Peixe” e “Glória”, vai orientar a oficina “Como tirar partido do sync”. A partir da perspetiva do supervisor musical, a oficina pretende desconstruir o processo de sync desde a pesquisa ao licenciamento de músicas para televisão e publicidade.
António Porém Pires é designer de som interdisciplinar com 15 anos de experiência de trabalho numa gama diversificada de meios – design de som e a mistura de regravações para filmes, composição e produção musical, gravação de campo e instalações sonoras. Tem mais de 60 filmes creditados com exibições em numerosos festivais de cinema e museus em todo o mundo, incluindo Cannes, Berlim, Toronto, Locarno, San Sebastian, MoMA e Tate Modern.
O MIL vai também abordar o papel central das redes sociais para a promoção de música, partindo da interrogação “como estabelecer uma comunicação efetiva com o público (e ir além do marketing digital) num meio tão competitivo cujo alcance é determinado por algoritmos?”. A mentoria, com Dani Ribas (Sonar Cultural, S.O.M/Mídia Ninja, Brasil), professora e consultora de Music Business em diversas instituições brasileiras, vai apresentar o funcionamento dos algoritmos, as principais técnicas de microtargeting utilizadas por eles nas plataformas digitais, e por fim vai ensinar de forma prática uma técnica de segmentação de audiência que usa dados qualitativos coletados nas mídias sociais. O objetivo é entender o comportamento e a demanda da audiência por música, para que as carreiras artísticas possam ser desenvolvidas de maneira mais estratégica.
Por sua vez, Lucia Udvardyová, jornalista musical, curadora e organizadora, vai falar sobre a Shape+, uma nova plataforma europeia para música inovadora e arte audiovisual cofinanciada pelo programa Europa Criativa. A funcionar há três anos, a SHAPE+ promove talentos emergentes excepcionais, conectando-os às comunidades locais e ao público através de residências colaborativas com múltiplos resultados artísticos, obras de arte comissionadas, bem como apresentações e performances únicas. Combinando uma open call e uma seleção curatorial, os membros da plataforma selecionam uma lista de artistas para apoiar a cada ano.
Vai ainda haver tempo para conhecer o MATE, o Encontro da Música e da Economia Criativa, com o apoio de Eron Quintiliano, empreendedor, produtor cultural e fundador do projeto. O festival quer centrar-se nas industrias criativas, com especial destaque para o sector da música e é pensado para profissionais, artistas, criativos, empreendedores, marcas, estudantes do universo da indústria da música/cultural e público em geral. O festival é motivado pela promoção da representatividade da diversidade e valorização das actividades profissionais das indústrias culturais e criativas, abrindo também espaço para as áreas do direito, contabilidade ou gestão relacionadas com as industrias criativas.
