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Mulheres vivem nas sombras na música guineense, mas algo está a mudar

música guineense
Foto: Richie Lugo / Unsplash

Na Guiné-Bissau, a indústria musical é incipiente. A principal fonte de rendimento para os artistas são os concertos e participações pagas. Esta realidade beneficia principalmente os artistas já consolidados, que têm uma presença marcante nas rádios e nas redes sociais.

A mulher na música guineense enfrenta desafios castradores. Apesar de contribuírem significativamente para a produção cultural, são frequentemente relegadas a um segundo plano, com os promotores e organizadores de eventos tendem a direcionar a sua atenção para os artistas masculinos, subestimando o potencial das artistas femininas.

Os obstáculos estão presentes em várias frentes. Além de serem, por vezes, instrumentalizadas para satisfazer os desejos masculinos, enfrentam dificuldades na produção musical, composição, produção audiovisual e promoção dos seus trabalhos. Este cenário resulta numa subrepresentação das mulheres em concertos de grande porte. Eneida Marta é um exemplo notável, cujo álbum Família, lançado em 2022 aborda questões culturais, sociais e políticas do país. Karyna Gomes também se destaca ao demonstrar que a organização de concertos de grande dimensão é possível com planeamento estratégico e uma base de fãs consolidada.

O Papel das Rádios

As rádios desempenham um papel crucial na promoção da música na Guiné-Bissau. Com mais de 15 estações e uma estação de televisão na capital, são um veículo vital para os artistas. No entanto, mesmo ao investirem em promoção, as artistas tendem a ser marginalizadas por promotores e apresentadores.

Mudar este panorama exige um compromisso com a igualdade de género na indústria musical. A iniciativa de Ammy Injai ao marcar um concerto num estádio é emblemática, desafiando as noções de inferioridade, além de demonstrar vontade de alterar a narrativa e promover a inclusão na cena musical guineense.

Contudo, para uma verdadeira mudança, é essencial que todos os intervenientes na indústria musical reconheçam essa necessidade de transformação e promovam a igualdade de oportunidades. Ao fazê-lo, não apenas se enriquece a cena musical, mas também se cria um ambiente mais justo e inclusivo para todos os artistas, independentemente do género. A Guiné-Bissau tem um rico reservatório de talento, e é crucial que este seja cultivado e celebrado em toda a sua diversidade.

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