Procurar
Close this search box.

Papillon ajudou-nos a esmiuçar “Jony Driver”

Há cinco anos, Papillon lançava o seu primeiro álbum, Deepak Looper – com a produção exclusiva de Slow J – e que o artista descrevia como um “filme intrinsecamente perfeito que faz refletir”, sem etiquetas nem categorizações. Em novembro do ano passado, chegou-nos aos ouvidos “Jonny Driver”, o segundo álbum, que nasceu da necessidade de entender o presente através do passado, para que o futuro siga em direção a uma melhor versão de si mesmo.

Com as agendas sempre preenchidas e o tempo curto, conseguimos-nos sentar com Rui Pereira aka Papillon, não só para perceber um pouco deste último projeto, mas também para fazer uma retrospetiva da sua vida nos últimos anos.

Não é justo catalogar Papillon apenas como rapper. Além de músico, é um storyteller e faz dobragens de filmes animados. E a lista não há de ficar por aqui, porque ainda não se sente realizado. “O Deepak e Jonny Driver são passos, cada disco é um passo, e acho que até chegar a essa realização, vou tentar desfrutar do processo, é um bocado por aí”, explica.

No que toca à criação, é onde se dobra e desdobra com as várias camadas que o tempo, experiência e criatividade vão formando. Os seus discos são o reflexo disso, pela profundidade sentimental, reflexiva e criativa que infunde em cada faixa, em cada detalhe. As suas faixas são quase um mantra para a vida.

Nas dobragens acontece o mesmo. É um sonho concretizado e uma extensão bonita do trabalho que tem vindo a fazer na música. “Crescemos a ver muita animação, Disney, Drangon Ball e coisas assim do género, então, cresci com esse bichinho da dobragem, que seria fazer ou dar voz a uma dessas personagens. E, felizmente, de acordo com o meu caminho, algumas portas abriram-se para poder entrar nesse mundo”, disse-nos.

“E é um sítio onde realmente é só diversão do início ao fim, porque [durante a produção] estás a ver partes do filme, nunca temos acesso ao produto final. Só depois quando sai. Naquele bocadinho, onde tenho tido sorte de apanhar personagens engraçadas e cómicas, é só rir.” Papillon já emprestou a voz desenhos animados como Cooper (Trolls), Jefferson Davis (Homem Aranha – No Universo Aranha), Al-G Ritmo (Space Jam 2), Alfonso (Cantar), entre outros.

Agora, falando de Jonny Driver, as 13 faixas que o compõem contam a história metamórfica do artista. É um álbum de originais que provoca o exercício introspetivo e que parte das próprias experiências do artista, dos últimos quatro/cinco anos. “Eu faço esse exercício porque, na realidade, é muito difícil para mim escrever aquilo que estou a passar naquele momento. Porque, quando o estou a passar, fecho-me e fico muito mais na minha. Sou um bocado anti-social, mas depois, quando começo a resolver estes meus conflitos, a saber lidar com a dor e todas essas coisas, é aí que onde começo a escrever sobre isso, a expressar essas emoções, e é quando as músicas começam a nascer”, explicou-nos.

É um exercício que já faz há muitos anos, que se vão refletindo nestes capítulos da sua vida, “nestes últimos quatro anos da minha vida tive coisas mais impactantes e marcantes que realmente te fazem ir mais fundo na questão da dor, da perda e do luto. Isso faz com que tenha de ir mais fundo porque a vida assim aconteceu”, acrescentou.

Na primeira faixa do álbum Metamorfose Fase l, onde Papillon canta dor e fragilidade, é quase como ir ao passado para resolver o presente. Essa canção faz a ponte entre Deepak Looper e Jonny Driver, onde o artista assume o controlo com um simples objetivo: encontrar paz interior.

Da primeira à ultima faixa, é uma viagem emocional, que passa pelo preconceito, injustiça, violência mas, ao mesmo tempo de brilho, fé, amor e esperança. Se no primeiro álbum Papillon estava de saída do casulo, neste é a borboleta que assumiu a sua fragilidade e vulnerabilidade para poder voar mais alto e brilhar. É percurso íntimo de autorreflexão, onde Rui e Papillon são a mesma pessoa e deambulam entre os traumas.

Estes 30 minutos de uma intensa conversa com Papillon estão disponíveis na entrevista vídeo abaixo. Clica no play.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

Recomendações

Procurar
Close this search box.

OUTROS

Um espaço plural, onde experimentamos o  potencial da angolanidade.

Toda a actualidade sobre Comunicação, Publicidade, Empreendedorismo e o Impacto das marcas da Lusofonia.

MAIS POPULARES