No início do mês de junho, Pongo rompeu a Internet com uma chamada de atenção à indústria da música para a exploração de artistas negros e da sua arte, desvalorização cultural, falta de transparência financeira, sobrelotação da agenda artística, desconsideração pela pessoa além da artista e falta de humanismo. Com um agenda de concertos exigente, a artista arrumou o microfone até que a sua voz fosse ouvida e atendida.
Passados quase dois meses do episódio, a artista vai voltar aos palcos, começando por Portugal, que há vários anos se tornou também na sua casa.
Nesta sexta-feira, 26, a kudurista angolana irá apresentar-se no Máquina de Gelado, no Theatro Circo, em Braga, com o seu primeiro álbum de originais, Sakidila [que significa “obrigado” em kimbundu].
Lançado em abril, Sakidila é composto por 12 faixas musicais e conta com a participação de outra kudurista angolana, a aclamada Titica.
Para fazer este álbum, a cantora contou também com o apoio de profissionais internacionais, como os produtores Lazy Flow, King Doudou, Mike Bangerz e Thomas Broussard. Meryl, uma trapper da ilha Martinica, compôs e fez uma produção vocal com Pongo para as músicas “Só Amor” e “Hey Linda”.
O projeto começou a ser promovido com o remake de um dos seus maiores sucessos, “Wegue Wegue”, feito na altura com os Buraka Som Sistema. O clipe lançado em dezembro de 2021 mostrava a primeira vez que a cantora pisou em Londres a solo, entre outros concertos feitos por terras britânicas.
Meses depois, seguiu-se o single “Doudou”, uma música mais cantada e menos ‘dropada‘, que foge ao estilo eletrizante com que sempre se apresentou. O fecho da promoção aconteceu em véspera de lançamento do Sakidila, com o clipe de “Hey Linda”. A música é um “kafrique no beat” que parece kuduro, mas que serviu de uma nova proposta musical para o público.