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Rita Seidi: “A sonoridade das terras dos meus pais sempre chamou por mim”

Rita Seidi
Fotografia: I N D I N U N E Z

É difícil apagar da memória a primeira vez que ouvimos a voz suave e hipnótica de Rita Seidi. Com música no sangue e uma personalidade cativante, Rita pode vir a ser um dos melhores trunfos da nova vaga de artistas da música soul e rnb portuguesa.

Albufeira, no Algarve, é onde tem as suas raizes cravadas mas a sua experiência cultural tem ADN de Angola e Guiné-Bissau, a terra da mãe e do pai, respetivamente.

A primeira vez que ouvimos falar de Rita foi em 2014. Aos 16 anos, a artista participou na edição portuguesa do The Voice e conquistou um condigno quarto lugar na equipa de Anselmo Ralph. Confiante no talento de Rita, o então mentor convidou-a para subir ao palco durante um concerto no Portimão Arena. Daí em diante, já trabalhou com Condutor, Sara Tavares [para o RTP Festival da Canção e cujo tema, “Lisbo Lisboa”, foi escolhido como hino das festas da capital portuguesa], e participou no projeto musical “Os Intocáveis”.

Trocámos algumas palavras com a cantora via email, para saber um pouco mais sobre si e o que tem estado a preparar para um futuro próximo.

R I T A S E I D I
Fotografia: I N D I N U N E Z

Fala-nos das tuas origens.

Eu nasci no Algarve em Faro mas sou natural de Albufeira. Sou filha de mãe angolana e de pai guineense. Foi em Albufeira que vivi toda a minha infância e adolescência. Após terminar o ensino secundário decidi mudar-me para Lisboa em busca de novas oportunidades a nível académico e musical.

Qual é a tua primeira memória de infância?

Uma festa de aniversário. Tinha cerca de quatro anos e lembro-me de todo o ambiente, do meu tio a tocar percussão, a família toda reunida, as músicas da terra a tocarem, toda a gente a dançar e eu sempre muito extrovertida tomei conta da festa .O mais engraçado é que esse momento está gravado em VHS.

Como é que descreves a tua identidade musical?

Eu comecei a cantar muito cedo e só após o The Voice Portugal é que fui em busca da minha identidade musical. Sempre gostei de cantar Soul Music e Jazz mas a sonoridade das terras dos meus pais sempre chamou muito por mim. O que eu estou a fazer neste momento nas minhas canções é unir todas estas sonoridades que tanto gosto de ouvir e de cantar. Torna-se mais fácil quando trabalho com músicos e produtores africanos.

O que sentiste quando subiste ao palco do Portimão Arena com o Anselmo Ralph? Já estavas habituada à “pressão” por causa do The Voice?

São feelings diferentes. Quando subi ao palco do Portimão Arena era muito novinha, tinha 16 anos. Sentia-me ansiosa e nervosa mas ao mesmo tempo sabia que ia estar em casa porque sabia que ia estar rodeada de pessoas que me apoiaram incondicionalmente enquanto estive no programa. Eu era a única algarvia a participar naquela temporada e o Algarve todo apoiou-me porque, de certa forma, estava a representá-los. Senti-me muito feliz e foi dos momentos mais bonitos que vivi. O The Voice Portugal foi um grande desafio, desde ficar mais de 24 horas sem dormir, a fazer vários quilómetros por semana, do Algarve para Lisboa, na correria para conseguir estar presente em todos os desafios, entre os estudos e a música…

Participar no programa foi uma alavanca para a tua carreira? Achas que teria sido mais difícil se não o tivesses feito?

A participação no programa foi bastante positiva para mim porque abriu-me portas, fez-me conhecer pessoas que ajudaram-me muito no meu percurso musical mas não considero que o caminho a percorrer seja mais fácil por se participar no programa televisivo pois o trabalho e a vontade são o motor.

Rita Seidi
Fotografia: I N D I N U N E Z

Voltarias a participar?

Provavelmente não. Considero que é uma experiência que só deve ser vivida uma vez.

Se tivesses que escolher entre ser intérprete e compositora, o que escolherias?

Ótimo seria não ter de escolher nenhuma mas tendo de escolher, escolho ser compositora porque sinto-me mais completa a cantar quando escrevo. Compor é uma arte.

O que te inspira para compor?

Inspiro-me nas minhas vivências e nas dos que me rodeiam. Em experiências, acontecimentos de vida e acredito que com o passar do tempo a inspiração me chegue de outra forma.

Qual é a base da sonoridade da tua música?

A base da sonoridade da minha musica é uma mistura de soul music com as raízes afro, com uma pitada de pop music.

O que gostas de ouvir e qual é o nome que não pode faltar na tua playlist?

Gosto de ouvir um pouco de tudo Soul, R&B, Jazz, Kizomba, Semba entre outros. O único que posso mesmo excluir é o Metal. A artista que não pode faltar na minha playlist é a H.E.R. É uma artista que me inspira bastante, pela forma madura como se exprime baseada na sua experiência de vida, como se pode ouvir no ultimo álbum dela .

Os próximos projectos quais são?

Lançar o meu EP. Fazer muita boa música.

R I T A S E I D I
Fotografia: I N D I N U N E Z

Há alguma data para um álbum?

Para já não tenho nenhuma data. Vou pelo feeling. Espero que fiquem atentos.

Sem poder cantar, a tua vida seria…

Aborrecida, sem sentido. No fundo, cantar dá mais sentido à minha vida.

Como foi trabalhar com o condutor?

O Conductor foi dos primeiros produtores com quem comecei a trabalhar. Tinha 16 anos e trabalhar com ele é uma alegria. Ele dá-me confiança. Juntos conseguimos encontrar uma sonoridade minha. Sinto que consigo me expressar de forma a chegar ao meu público. Não é à toa que se chama Condutor! E sinto-me grata por poder trabalhar com ele.

O teu lado fashion é inerente à tua pessoa ou à a tua persona artistica?

É inerente a minha pessoa. Obviamente que o lado artístico veio complementar um pouco mais e permite que exista menos julgamentos.

O que é que nunca pode faltar no teu frigorífico? Porquê?

Ovos. Porque algumas das outras proteínas aborrecem-me cozinhar. O meu lado de preguiçosa a falar (risos).

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