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Guerra de audiências: África, o El Dorado das plataformas de streaming

10 serviços de streaming dedicados a história e as produções que se criam em África e na diáspora.

Com um mercado saturado e uma audiência estagnada nos EUA e Europa, África emerge como o próximo destino dos grandes players do setor que procuram conquistar o público do continente. Nos últimos cinco anos, temos testemunhado uma entrada em massa de plataformas de streaming globais, que estão a transformar a forma como as populações locais consomem filmes e televisão.

Embora os resultados tenham sido diversos para as diferentes empresas, ficou claro que o streaming é igualmente desejado em África e que os próximos cinco anos vão ser cruciais para a “guerra” aberta. Como escreve a plataforma OkayAfrica, em 2016, a Netflix estabeleceu parcerias com a África do Sul e a Nigéria, as primeiras nações africanas a hospedar a plataforma. Os bem sucedidos “Queen Sono” e “Lionheart” são também fruto dessas parcerias.

Outras plataformas como a Showmax – que no mesmo período encerrou a sua atividade em algumas regiões europeias – e a Amazon Prime Video também entraram no mercado africano, mergulhados na necessidade de adaptação às realidades económicas da região, como preços competitivos e a volatilidade do acesso à Internet.

No caso da Amazon Prime Vide, entrou no cenário africano por volta de 2020, com séries internacionais e parcerias cruciais que permitiram a produção de conteúdo local. Além dessas três grandes plataformas, várias outras locais tentaram destacar-se, como a IROKOTv, MyCanal, StarNews Mobile e Cell C Black. A maioria experimentou diferentes formas de transmissão, devido aos padrões de visualização estabelecidos e também às restrições financeiras, uma vez que o poder de compra da população em geral no continente é inferior ao do Ocidente.

Preços elevados e dificuldades no acesso à Internet

A chave para o sucesso no mercado de streaming em África é baseada em números. Com o crescimento demográfico dos jovens no continente e o declínio do interesse em cinemas tradicionais, o número de assinantes tem aumentado constantemente. De acordo com um relatório da Dataxis, as projeções apontam que o mercado alcance 15 milhões de utilizadores até 2026, o triplo dos números até então registados.

Para conquistar mais utilizadores, as plataformas têm-se esforçado para adaptar as suas ofertas às realidades económicas de África, como por exemplo, estabelecer preços competitivos entre 3 e 12 dólares. No entanto, a ligação à Internet ainda é uma questão crítica, considerando os elevados custos.

Algumas plataformas tentaram contornar essas barreiras regionais, permitindo à sua audiência ajustar a qualidade da imagem, de acordo com a potência da conexão de cada um. A Showmax, por exemplo, introduziu o Modo de Economia de Dados Max, que permite aos utilizadores limitar o consumo de dados durante a exibição de filmes.

A Netflix tem-se destacado ao procurar criar um equilibro entre uma oferta com produtos novos e antigos, adquirindo filmes clássicos para o público africano. A plataforma também tem investido em filmes nigerianos populares, como thrillers, comédias românticas e dramas de casamento.

Apoio dos governos locais e investimento em infraestruturas

Enquanto a Netflix se foca em histórias mais pomposas, a Amazon Prime Video prioriza o apoio a filmes com abordagens experimentais. Essa estratégia resultou em produções aclamadas como “Eyimofe”, “Rafiki”, “La Femme Anjola”, “Mully” e “The Milkmaid”, que retratam a realidade económica das pessoas no continente, especialmente nas camadas de renda mais baixas e médias.

Esta necessidade de alargar o seu público, apesar de ter como único propósito, o lucro das respetivas empresas – permite criar oportunidades para cineastas locais florescerem e alcançarem reconhecimento internacional. A Netflix e a Amazon têm investido em parcerias com estúdios africanos e produtores de conteúdo, abrindo caminho para uma maior diversidade cultural e artística no cenário global.

No entanto, apesar do crescimento, existem importantes desafios a considerar. O acesso à Internet e a dispositivos móveis ainda é limitado em algumas áreas. As empresas de streaming precisam pensar local e encontrar novas formas de tornar os seus serviços mais acessíveis e poderem assim expandir além dos mercados mais estabelecidos, como a África do Sul e a Nigéria. A concretização passa essencialmente pelo apoio dos governos e consequente investimento em infraestruturas.

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