Tradicionalmente, a linguagem jurídica, desde os primeiros tempos, assenta num formalismo construído de termos arcaícos, rebuscados e frequentemente latinizados que dificultam a comunicação entre os operadores de direito e o cidadão “sociedade”.
O falar dificil dos “operadores de direito” resulta de uma postura antiga dos advogados, que assim garantiam o seu papel de “doutores” na sociedade. E, actualmente, o conservadorismo de alguns aspectos da herança do direito romano continua a desaproximar mais o cidadão da justiça em consequência da incompreensão jurídica.
Torna-se urgente os juristas defenderem que falar e escrever “difícil” demonstra cultura jurídica. Se os juristas servem a sociedade em geral, então, torna-se desnecessária a linguagem menos acessível, devendo estes procurar a simplificação da linguagem jurídica afim de aproximar-se mais facilmente da população. E essa simplificação não deve ser interpretada como vulgaridade ou banalidade da linguagem jurídica.
Nos dias de hoje é um retrocesso preocupar-se em falar sem ser entendido. No processo de comunicação o mais importante é fazer entender e saber comunicar-se não é enfeitar a linguagem, mas torna-la acessível.
É importante alertar os operadores de Direito que de nada servirá o Direito se não servirem devidamente os destinatários. Como afirma o filósofo Aristoteles: “pensa como pensam os sábios, mas fala como falam as pessoas simples”.