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Aliu Baio, a arte da fotografia e da música além da cegueira

Aliu Baio

Aliu Baio, um artista oriundo da Guiné-Bissau, perdeu completamente a visão devido a um acidente nos primeiros anos de vida. Com uma profunda paixão pela fotografia e música, Baio não vê as barreiras visuais como limitações, mas como desafios a superar. Residindo atualmente em Portugal, onde deu início à sua carreira artística, adaptou-se plenamente à sua condição, integrando-se no meio artístico através da sua determinação em criar.

Com 29 anos, Aliu Baio iniciou a sua jornada artística na infância, em Empada, no interior da Guiné-Bissau. Nascido com visão limitada, um acidente levou à perda total da visão, forçando-o a adaptar-se a uma nova realidade. Inspirado pelo seu ímpeto artístico, Baio encontra prazer em conectar-se com o seu “eu passado” através da fotografia. Ao longo do tempo, aventurou-se por vários domínios, incluindo desporto e música, redescobrindo-se na percussão. Mudou-se para Portugal em 2005 para tratamento médico, adaptando-se a novas experiências e continuando a evoluir artisticamente.

Forçado a adaptar-se e a desenvolver novos hábitos, Baio alimentava sonhos – mesmo que irrealistas – de se tornar piloto de avião ou futebolista. Apesar da perda da visão, a motivação para perseguir os seus sonhos permaneceu intacta. Como fotógrafo, expôs os seus trabalhos em várias exposições fotográficas em Lisboa e Braga, e participou na exposição Gol Banken da Fundação Cal School Banken. Enquanto membro de uma banda, tem marcado presença em diversos eventos em Portugal, mostrando que a adaptação à nova realidade não impediu uma vida plena e rica, empregando a sua capacidade observatória para se destacar como artista e ser um exemplo de resiliência. Numa entrevista à BANTUMEN, Aliu partilhou aspetos da sua história e percurso artístico.

“A minha paixão pela arte despertou em tenra idade”, partilhou. “A perda da visão levou-me a desenvolver novos hábitos que compensaram essa ausência, fazendo-me sentir como se tivesse recebido um dom para aprimorar outras capacidades.” A sua perspicácia permite-lhe ser habilidoso tanto com instrumentos musicais quanto com a câmara, captando momentos únicos. “A bateria e a fotografia são o cerne da minha identidade. Essas atividades reforçaram a minha convicção de que superar obstáculos é possível com determinação”, afirmou Aliu.

Embora ainda não amplamente reconhecido, Baio aspira a divulgar o seu trabalho na Guiné-Bissau, acreditando no essencial apoio da comunidade guineense e de outros artistas para o sucesso. Ambiciona que os seus compatriotas conheçam as suas obras e ajudem a sensibilizar para os desafios enfrentados por pessoas com deficiência visual, frequentemente vistos como insuperáveis.

“Antes de dedicar-me exclusivamente à arte, envolvi-me em desportos adaptados como futebol para cegos e natação”, revelou. “Fotografar a serenidade da natureza apaixona-me. Ao fotografar, procuro imaginar e evocar memórias que me permitam captar a essência do ambiente natural.”

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

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