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Angola é vice-campeã do mundial de robótica

mundial de robótica

Após quatro participações com o objetivo de alcançar o pódio do campeonato, a quinta ficou para a história de Angola e do mundo. Na passada quinta-feira, 12 de outubro, a equipa de cinco alunos do Itel e três mentores que representaram Angola no campeonato do mundo de robótica FIRST Global Challenge 2023 conquistou o segundo lugar do concurso. Os jovens angolanos chegaram ao pódio no concurso que reuniu estudantes de 191 países, de 7 a 10 de outubro, em Singapura. Além do segundo lugar no pódio, que a equipa também foi distinguida com o prémio “Social Media Awards”.

A equipa que representou e orgulhou os angolanos nesse evento foi formada pelos estudantes Marco Manuel, Joaquim Júnior, Luís Da Silva, Edmilson Marques e Clevânio, e os mentores Cristóvão Cacombe, Irene Carindi e Marco Zeca. O coletivo superou todos os desafios propostos com a apresentação do “Palanquinha Robot”, que impressionou o júri.

Em entrevista à BANTUMEN, Jonilson Correia, diretor tecnológico da Angola Robótica Tecnologia (Arotec), startup responsável pela participação de Angola no campeonato, contou que os estudantes foram selecionados a partir das equipas vencedoras do campeonato nacional de robótica de 2021/2022.

Sobre o mundial, de acordo com o responsável da Arotec, a competição teve início muito antes da equipa angolana embarcar para a terras da Singapura.

“Na verdade, o mundial de robótica não começa em Singapura mas, desde o momento em que as equipas se inscrevem, há uma série de desafios que a própria organização do evento apresenta sobre os inscritos. Neste caso, há desafios relacionados com os mídias sociais, o quanto de engajamento as equipas vão tendo…”, explicou o responsável.

Essa conquista representa um completo trabalho de equipa

Jonilson Correia

Para se chegar ao pódio, um horizonte difícil de alcançar numa arena internacional, “os estudantes tiveram o auxílio de todos os participantes das edições anteriores, que tentaram transmitir da melhor maneira possível o real conceito do campeonato, as suas experiências, o que se devia ou não fazer”, avançou-nos Jonilson Correia.

Em representação dos estudantes, o capitão da equipa, Luís Da Silva, reconheceu que esta conquista é resultado de um esforço coletivo e confidenciou-nos que sente-se honrado por terem colocado o nome de Angola no pódio do campeonato mundial de robótica. “Para nós, enquanto estudantes, esta conquista representa todo o esforço que temos feito para chegarmos ao mais alto nível. Pretendemos ser óptimos engenheiros e para isso precisamos correr atrás. Esta conquista faz parte disso. Enquanto estudantes, é uma honra estar na mais alta fasquia e ter levado pela primeira vez Angola ao pódio do campeonato mundial de robótica”, sublinhou Luís da Silva.

“Essa conquista representa um completo trabalho de equipa”, foi assim que o diretor tecnológico da Angola Robótica Tecnologia (Arotec) descreveu a conquista e acrescentou que a vitória representa todo o trabalho que a Arotec tem feito em prol do desenvolvimento tecnológico de Angola, e que esta vem exatamente validar e dar consistência a esse percurso.

Dificuldades

Questionado sobre as dificuldades enfrentadas no processo de organização, Jonilson Correia respondeu que, além da demora no processo de desalfandegamento do material para a montagem do robô – por norma, as equipa têm contato com os materiais um mês antes do campeonato -, destaca-se também o processo de transportação do projeto já montado até Singapura. Sobretudo porque, devido à falta de conhecimento e hábito em ver este tipo de produtos tecnológios, há alguma desconfiança nos aeroportos nacionais.

Embora acredite que a tecnologia robótica seja um assunto não tão comum no meio da sociedade angolana, Jonilson entende que a vitória traz a esperança de uma Angola tecnologicamente mais desenvolvida. “Esta conquista traz um novo conceito sobre a tecnologia em Angola, sobretudo, a robótica, porque já há algum tempo que a Arotec existe. Algumas tinham noção, outras não, e com esse feito mais pessoas têm noção de que em Angola a robótica existe, robótica se faz, e que nós podemos fazer ao mesmo nível que as outras nações a nível internacional fazem. E até mesmo fazer melhor ou com a mesma qualidade se tivéssemos todos as mesmas oportunidades, os mesmos equipamentos Porque foi isso que fez toda a diferença neste mundial, as equipas receberam os mesmos materiais, os mesmos catálogos as mesmas informações sobre o campeonato, todos na mesma época”, avançou.

A Arotec espera que esta conquista inspire outras gerações de estudantes a buscarem o conhecimento, a criatividade e a excelência em tecnologia, preparando o terreno para um futuro nacional inovador.

“A nossa pretensão é continuar a trabalhar com eles, só estamos a ver formas de enquadramento”, confirmou Jonilson, acrescentando que essas perspetivas são alastradas a todos os jovens talentos que participam nos campeonatos organizados pela startup. “Temos uma comunidade da Arotec e temos trabalhado não só com os vencedores, mas com todos os que de alguma forma participam dos campeonatos da Arotec.”

Recorda-se que esta é a quinta vez que Angola participa no campeonato mundial de robótica. A primeira foi no campeonato realizado nos Emirados Árabes, em 2018, onde participou um grupo de 8 jovens, que um ano depois decidiram criar a Arotec.

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