Reconhecida pelas suas habilidades na mistura de covers de artistas de renome do mercado angolano, como Pérola, C4 Pedro, Preto Show, Kalibrados, Army Squad, Nagrelha, entre outros, a jovem artista angolana Hélia Sandra, de 24 anos, está determinada a consolidar a sua carreira musical. Recentemente, lançou o single “Bungle Bang”, captando a atenção de figuras proeminentes no Showbiz angolano e não só.
O fascínio pela música surgiu aos 8 anos mas foi aos 15 que considerou seguir a música como carreira, iniciando-se na criação de covers. Mais tarde, Hélia juntou-se à produtora KP Records, onde deu os primeiros passos no mundo profissional.
Em entrevista exclusiva à BANTUMEN, Hélia Sandra descreveu o processo de criação de “Bungle Bang” como algo “leve”. A música foi composta em casa e, após a produção do beat, foi levada para o estúdio para a masterização. Este single representa um renascimento pessoal para Sandra, pois foi um projeto arriscado, sem uma base sólida para sustentar o desenvolvimento da sua carreira. “Sinceramente, hesitei em lançar a música devido a várias circunstâncias. Foi um grande risco, porque apenas tinha a música e os seguidores. Não tinha uma plataforma estabelecida para expandi-la. Contava apenas com o apoio dos amigos. Foi verdadeiramente um salto no escuro”, partilhou a artista. Acrescentou ainda que a música aborda as traições e os términos de relacionamentos, associando essas experiências à expressão “Bungle Bang”, termo angolano que significa “mentira”, conferindo vida a este novo single.
Os covers têm sido uma estratégia para Hélia Sandra se inserir no mercado musical angolano. Utilizando apenas o seu telemóvel, começou a criar misturas de músicas nacionais, seguindo a sugestão do seu antigo agente, Mauro Lima. Num vídeo que rapidamente se tornou viral, juntou artistas como Edgar Domingos, Zara Williams, Anderson Mário, entre outros, ganhando a confiança do público que passou a requisitar mais covers. Assim, Hélia Sandra ficou conhecida como a “menina dos covers”.
Nas suas interpretações, Hélia mistura estilos diversos como Kuduro, Rap, Kizomba, Guetho Zuk, gospel, entre outros, num só vídeo, mantendo sempre uma harmonia singular. No palco, exibe uma atitude enérgica, combinando dança e performance ao vivo, conquistando admiradores a cada apresentação.
Atualmente, enfrenta o desafio de se desvincular dos covers, uma vez que as suas músicas autorais são frequentemente comparadas às suas interpretações. “É complicado para qualquer artista que começa com covers. Alguns conseguem consolidar-se facilmente no mercado, mas é um caminho difícil porque as pessoas sempre associam o sucesso dos covers à qualidade das músicas originais. É uma comparação constante”, partilhou a artista.
Apesar dos desafios, Hélia Sandra compreende o público, reconhecendo que essa comparação é inevitável, pois alguns intérpretes acabam por tornar-se até superiores nas suas versões. No entanto, após o lançamento de “Bungle Bang”, a artista sentiu uma mudança de perceção, com o público a reconhecer e a apreciar o seu trabalho original para além dos covers.
Quanto aos seus objetivos futuros, Hélia Sandra expressa a determinação em continuar a trilhar novos caminhos. Promete uma abordagem diferente da que o público está habituado nos covers, concentrando-se agora apenas nas suas próprias músicas. “Ainda este ano, virão novas músicas e possíveis colaborações, mas, por enquanto, o foco está em ‘Bungle Bang'”, assegurou a artista.
O sonho de Hélia Sandra é alcançar um patamar onde possa olhar para trás e afirmar com orgulho que conquistou o seu lugar. Pretende ver um estádio inteiro a cantar as suas músicas e almeja expandir além do mercado angolano, procurando chegar a outros mercados mais consistentes e estáveis. Entre os seus desejos, está o anseio de colaborar com artistas como C4 Pedro, Pérola e Anderson Mário, entre outros, numa perspetiva de crescimento e expansão na indústria musical.
