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Homens de Raízes: Paulo Flores, o poeta do Semba

Homens de Raízes é uma rúbrica mensal onde serão evidenciadas as biografias dos homens que na linha do tempo têm escrito a história da cultura, política e sociedade civil nacional.

Em jeito de comemoração dos seus 25 anos de carreira, relembramos aqui o perfil daquele que figura entre a lista dos maiores e melhores poetas do nosso Semba.
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Nome: Paulo Flores
Data de nascimento: 2 de Julho de 1972
Local de nascimento: Luanda
Nascido em Luanda, Paulo Flores passa a sua infância em Lisboa, com viagens regulares a Angola. Através da sua tia-avó e de seu pai, Cabé, discotequeiro (dj/disc jockey), amante e impulsionador da animação musical nocturna de Luanda, Paulo Flores descobre elos fortes com a cultura do seu país, mas também com o blues, o soul e outros géneros da cultura afro-americana.
É com Carlitos Vieira Dias, célebre guitarrista dos palcos angolanos nos anos 70, que Paulo Flores faz as suas primeiras incursões no Semba tradicional, autêntico, original, ritmos marcados por guitarras e melodias em tons menores.
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Aos 16 anos grava na Rádio de Luanda Kapuete Kamundanda (1988), onde o tema Cherry protagoniza um novo género musical, a Kizomba (festa em kimbundu), fusão de ritmos do zouk das Antilhas com elementos do Congo e de Angola, com grande predominância de teclados electrónicos. Paulo Flores aparece assim, juntamente com Eduardo Paim, na primeira linha deste movimento crucial da música de dança africana (lusófona) de cariz urbano, popularizada em Portugal nos anos 80. Paulo Flores explora o olhar crítico da geração que cresceu depois da independência e reflete o sentimento de revolta face à destruição que assiste no seu país. Encontra as palavras certas para falar da extraordinária capacidade de resistência do povo angolano, da sua energia e da sua vitalidade, expressos na sua música e na sua dança.
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Os álbuns Sassasa (1990), Coração Farrapo (1991) e Thunda Mu N’jilla (1992) são os principais sucessos que fazem de Paulo Flores um icône da música de Angola em Portugal.
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Um dos seus grandes talentos é também o de reunir excelentes instrumentistas, sensíveis à sua criatividade musical. Em Perto do Fim (1998) encontram-se grandes músicos de Angola (Simmons Massini, Moreira Filho, Marito Furtado, Rufino Cipriano e Joãozinho Morgado, entre outros). Mana Chiquita, Fim de Semana, Dinheiro Não Chega, Serenata a Angola são alguns dos sucessos deste álbum. Paulo Flores consagra-se como a principal referência da música de Angola da sua geração.
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Em 1999 instala-se em Luanda e colabora com grandes músicos angolanos, um período que representa uma viragem na sua criação musical. Recompasso (1999) e Povo (2003) trazem melodias, sonoridades e palavras que reflectem a grande diversidade do seu universo poético e musical. Excelentes músicos participam nestes álbuns: Ciro Bertini, com quem colabora desde os anos 90, Betinho Feijó, Carlos Burity, Tito Paris, Lura e Sara Tavares, entre outros. Quintal do Semba (2003) e Vivo (2005) sublinham e reforçam essa sua visão da história de Angola.
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O País Que Nasceu Meu Pai (2013) é o seu último trabalho de originais. Neste disco Paulo Flores procura reavivar a memória do tempo da geraçao de seus pais, os seus sonhos, os seus ideais, a sua forma de estar, de ser, de pensar, e até de vestir…a sua abertura para o mundo e para a modernidade; os novos sons e as novas formas numa espécie de harmonia com o seu quotidiano, os seus modelos, os seus hábitos e as suas tradições. Neste disco Paulo Flores homenageia esta geração que plantou nos seus quintais a nova africanidade angolana.

DISCOGRAFIA
• 1988 Kapuete Kamundanda
• 1990 Sassasa
• 1991 Coração Farrapo
• 1992 Thunda Mu N’jilla
• 1993 Brincadeira Tem Hora
• 1995 Inocenti
• 1996 Canta Meu Semba
• 1998 Perto do Fim
• 1999 Recompasso
• 2003 Xé Povo
• 2003 Quintal do Semba
• 2005 Vivo
• 2009 Ex-Combatentes (“Viagens”, “Sembas” e “ Ilhas”)
• 2012 Ex-Combatentes Redux
• 2013 O País Que Nasceu Meu Pai
Fonte: Biografia retirada do website oficial de Paulo Flores

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