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“RÉ.MEDÉIA”: uma odisseia moderna pela identidade e resistência feminina

RÉ.MEDÉIA é o título da peça de teatro que estreia-se no próximo dia 14 de outubro, no Cine-Teatro de Alcobaça João D’Oliva Monteiro (Portugal) e que faz uma releitura de um dos maiores mitos gregos, com a condição da mulher e a sua relação com o patriarcado como fios condutores da narrativa.

A peça explora o hibridismo entre a poética de Sophia de Mello Breyner Andresen, o Yaathe (idioma do povo Fulni- Ô) e a tragédia de Eurípides.

É sob esse ponto de vista da condição da mulher em situação de exílio e a sua relação com o patriarcado, à qual foi submetida ao longo da história, que RÉ.MEDÉIA traça um paralelo entre o assalto à Cólquida e a invasão das Américas pelos europeus.

Na analogia que o espetáculo propõe, Medéia é personificada como brasileira, de sangue indígena, tratada como estrangeira e bárbara em corte lusa. Para a equipa de criação, Medéia não deve ser reduzida apenas a uma mulher traída e vingativa, como é sempre apresentada, e cria uma reflexão além da tragédia grega, explorando questões de cultura, identidade e invasão estrangeira.

Tal como indica o comunicado de imprensa enviado às redações, este espetáculo – que volta ao palco no dia 18 de outubro, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, em Benedita – não se abstém da tecnologia como ferramenta cénica. O seu formato de palco tríptico, conta com atuações em telepresença e transmissão em rede, combinadas à performance presencial e, assim, amplia a noção territorial e o alcance de público para além de fronteiras locais e nacionais. O uso do legado grego em RÉ.MEDÉIA parte da proposta de dessacralização de um constructo dramatúrgico clássico, à medida que se propõe a valorizar e reconhecer a importância do legado identitário dos povos originários do território chamado “Brasil”.

Idealizada por Marcondes Lima e Andrezza Alves, RÉ.MEDÉIA conta com uma equipa composta por pessoas com deficiências, trans, afrodescendentes, das comunidades Fulni-Ô e descendentes dos povos kiri’ri Pankararu e Potiguara/Kaeté.

O projeto apresenta ainda uma proposta de acesso e formação de novos públicos, com bilhetes de valor reduzido para professores, artistas, estudantes e idosos, assim como reserva lugares para grupos de escolas de ensino médio, universidades públicas, associações e pessoas com deficiência.

A peça entra e cena no dia 14 de outubro, às 21h30, no Cine-Teatro de Alcobaça João D’Oliva Monteiro, e no dia 18 de outubro, no Centro Cultural Gonçalves Sapinho, Benedita, com uma sessão às 11 horas para escolas e outra às 21 horas para o público em geral.

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