Djam Neguin vai apresentar ao público Txabeta, a sua mais nova criação, fruto da residência artística da plataforma portuguesa Fórum Dança, no próximo dia 26 de outubro.
Para a performance, o artista promete uma experiência imersiva e futurista, resultante da interação entre o género musical cabo-verdiano Batuku e uma atmosfera de universo pós-humanista.
Este é o terceiro capítulo de uma série de solos iniciada em 2020, onde Djam Neguin busca inspiração nos ritmos e danças tradicionais e folclóricas de Cabo Verde. Em Mornatomia (2020), a morna serviu de musa inspiradora, seguida por Na-Ná (2022), onde o funaná foi o catalisador da criação.
O Batuku é, provavelmente, uma das formas mais antigas de música e dança em Cabo Verde, remontando aos primórdios do povoamento do arquipélago. Durante o período colonial, assim como aconteceu com o funaná, este estilo foi alvo de hostilidade por parte da administração portuguesa e da igreja, relegando-o às povoações rurais. Ao longo do tempo, e depois de várias transformações, o género musical e de dança deixou de ser visto com desprezo e restrito a Santiago, para se tornar num estandarte cultural do país. Atualmente, serve como matéria-prima para uma vanguarda musical que há cerca de duas décadas o recria numa linguagem urbana e contemporânea.
A parte central do Batuku, conhecida como “Xabeta” ou “Tchabeta”, envolve a batida de palmas sobre uma redondilha entre as pernas.
Djam Neguin é criativo um inovador na cena artística de Cabo Verde e um embaixador da dança contemporânea. Além de criar e coordenar a Rede de Dança da CPLP, o artista é o mentor do Festival Internacional de Dança Contemporânea Kontornu em Cabo Verde.
Txabeta será apresentada ao público, no espaço da Dança Fórum, em Lisboa, no dia 26 de outubro, Às 18h30.