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Waymad-Beatz, o super produtor pioneiro em Portugal

Waymad-Beatz

Waymad-Beatz é um produtor angolano, mas a sua formação enquanto pessoa aconteceu em Portugal e Holanda. Começou a fazer carreira na música, sendo um dos pioneiros na partilha de produções no YouTube ainda em Portugal, mas foi no país das tulipas que conseguiu definir melhor a construção da sua carreira artística.

O seu coração é dividido entre os sentimentos que nutre pelo três países. “Adoraria (e vou fazê-lo) ir a Angola. Passear, visitar, conhecer a família, viver por alguns dias a minha raiz e aprender sobre a cultura. Seria fascinante. No entanto, se sou o que sou hoje (como ser-humano, como artista), devo-o a Portugal, às experiências da vida, objectivos traçados, momentos delicados da vida, os momentos de glória, todos eles passam por esse país que eu tanto amo que é Portugal. A minha raiz é africana mas o meu coração, a cultura, os conhecimentos, etc, tudo isso é português. Mas, sem dúvida alguma, o país com que mais me identifico é a Holanda. Porque sinto que as coisas vão mais ao meu ritmo, acontecem mais rápido, os objectivos que traço são mais eficientes a chegar no meio que eu quero”, explica-nos Waymad-Beatz.

Essa facilidade de concretização nos Países Baixos acontece porque “a mentalidade dos holandeses é mais aberta. Eles estão sempre dispostos a escutar coisas novas, a abraçar vários tipos de projetos venha de que parte vier. Fico muito feliz por ver que nos últimos tempos Portugal tem vindo a melhorar neste aspeto (daí haver mais artistas e oportunidades para eles)”.

O produtor começou a criar as suas primeiras experiências na música em 2007/2008. “Escrevia músicas, eu e mais um amigo, e decidimos começar a cantar na escola. Éramos uns “fenómenos”. A multidão perdia os intervalos para nos ouvir cantar, ficava tão lotado que, acho que na altura, ninguém duvidaria que seríamos as próximas grandes estrelas.”

Embalados pela popularidade que tinham na altura, os dois amigos decidiram recorrer à junta de freguesia para pedir apoio para a produção de um álbum e de eventos.

“Foi então que um jovem funcionário recomendou-nos o FL Studio. A partir daí tudo simplesmente mudou.” Chegados pela primeira vez a um estúdio de gravação de música, impossível não ficarem inebriados pela quantidade de botões de cada mesa. “Ficámos a olhar um para a cara do outro durante horas a tentar perceber que vários botões eram aqueles.”

Waymad decidiu que iria tentar criar um beat. Naquela mesma noite, terminou a sua missão às 5 da manhã. Duas horas depois já estava na escola entusiasmado para mostrar o resultado da sua primeira experiência musical. “Mostrei o ”beat” ao meu amigo e ao jovem da junta de freguesia e eles não acreditaram que em menos de um dia eu já fosse capaz de produzir tal coisa”.

Com o desenrolar do tempo, Waymad foi buscando inspirações de várias sonoridades. Os mais marcantes na altura eram Laze & Royal (2XL) e Sp & Wilson. “Depois percebi que os meus estilos de produção (Rap-Hip-Hop/R&B) eram mais virados para o estilo norte-americano e Scott Storch era a minha grande referência. E quando comecei a produzir Pop/HouseMusic percebi que poderia ir mais além e foquei-me em Avicii, Hardwell, Vida, Basto entre outros.”

Com empenho e o foco certo, as suas produções acabaram por chegar aos Estados Unidos. “Criei um beat Rap-Hip-Hop/R&B, coloquei no YouTube e no dia seguinte já tinha mais de 10 mil views. Eu não consegui acreditar, porque o meu objectivo principal era pelo menos 500 e seria um sonho se tivesse algo a rondar as mil visualizações. Principalmente naqueles tempos em que não existiam promoções pagas. O YouTube era mais ”seco”, ainda em desenvolvimento, era muito na base de partilhar mensagens privadas para divulgar os trabalhos. Na altura, o maior canal de instrumentais era do meu amigo Noodles e ele começou a partilhar os meus instrumentais, as pessoas começaram a comentar, partilhar e mais tarde com o nome mais consolidado chegamos também a trabalhar juntos”.

Entretanto, a própria plataforma fez um pedido de parceria a Waymad-Beatz. “Era basicamente eles colocarem Ads nos meus vídeos e eu seria então pago por isso. Quando tentei aplicar não consegui, Portugal não fazia parte da lista de países para se poder ser YouTube Partner. Foi quando um amigo que vive na Holanda fez o login com a minha conta e aplicou para essa candidatura e foi aprovado três dias depois. Tornei-me assim, em 2009, um dos (pouquíssimos canais) de Portugal parceiro do YouTube.
Com isso, os meus vídeos passaram a estar no top de pesquisas. Consegui comprar os meus primeiros dois carros com o dinheiro do YouTube com apenas 17/18 anos.”

Foi assim que o produtor percebeu que poderia trabalhar profissionalmente com a sua música, produzindo para artistas e carregando na plataforma. “Vendi os beats mais famosos que tinha para os EUA com milhões de visualizações. Tive de os apagar do canal, mas lancei os EPs Into The Inverted Beat Diversity A1 com apenas instrumentais que deixaram de estar disponíveis. Lancei com o intuito de dar aos meus seguidores Old School um pouco de nostalgia”.

Mas nem sempre tudo foi fácil. “Encontrei algumas dificuldades, principalmente na parte da identidade do meu canal e do meu estilo musical. Era muito difícil para mim perceber que eu era um produtor de hip hop,r&b e também de tech, house, edm e electrohouse.” O medo principal era confundir os seguidores.

Nunca é fácil, só quem esta neste meio sabe que é preciso sorte, e encontrar pessoas que estejam mesmo decididas em ajudar porque acreditam em ti e no teu potencial e que podes acrescentar algo na industria da musica.” Em 2014, o produtor começou a trabalhar no EP Waymad-Blackout, em 2014, em parceria com a EarBOX utilizando a mítica máscara Waymad.” Tive apoio de marketing por parte da editora Moon Records Lisboa (NMusic) e da MEO/ MEO Music. Quando lancei o EP no dia 9 de março de 2015 foi muito bom ver notícias sobre mim nos feeds e ter as faixas no Top em Portugal.”

Sobre os eventos que mais gostou de participar, Waymad não tem dúvidas na resposta. “Sem dúvida alguma Eurekaweek Festival Rotterdam 2019. Ser o DJ especial convidado para este evento em Rotterdam foi simplesmente magnífico”.

Já em 2020, o produtor lançou o tema “La Invocacion 666”, apresentado como preview no Eurekaweek Festival Rotterdam. “A reacção foi de arrepiar quando todos perguntam que mix era aquele “666”, quem era o autor do tema, aonde poderiam escutar e etc. O tema ainda não estava se quer a 60% mas as reacções foram impressionantes. Foi aí que percebi que teria mesmo de investir tempo para terminar esse Mix Instrumental. UMEK é a minha inspiração neste tema, queria produzir algo ”Tech Dark” como as dele, mas ainda mais ”Underground Tech Dark”.

Para um futuro a médio prazo, Waymad diz já ter muitas coisas em mente.
“Após o lançamento de “La Invocacion 666”, tenho trabalhos já agendados com a empresa criadora da Nocto Internacional. Sou o produtor e compositor do tema deles, é um estilo Urban Hip Hop e vamos lançar em Amsterdam, com os seus parceiros Top Notch, rádios etc.
Vou lançar também o tema ”4 am in Amsterdam”, Deluxe Golden Edition e tenho reuniões com os meus representantes a decorrer para ser distribuída pela Sony Music.” Na calha, além de outros trabalhos, há ainda o lançamento do tema “Maharani”, com a sua amiga cantora Luciana Abreu.

E quem sabe, “escrever uma música aonde possa trabalhar com Luciana Abreu, que para si é “a maior artista em Portugal e muito completa”, produzir um instrumental e compor a letra para a “super talentosa” Sarita Lorena, que indica ser uma estrela na Holanda.

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