Algures na linha do tempo deste 2023, a equipa da BANTUMEN teve a oportunidade de partilhar a mesma casa, por cinco dias na Suíça, com os humoristas Mangope, Artolash (Carlos Andrade) e o locutor de rádio e produtor de conteúdos digitais Miguel Paraíso. Foram cinco dias de muitas conversas inusitadas, reflexões, risadas e momentos que ficarão, com certeza, gravados na memória por muito tempo. Desse encontro, surge este podcast, conduzido por Ana Rita d’Almeida.
Mangope, o convidado especial deste episódio, é um humorista de 24 anos, [sem surpresas] de nacionalidade angolana e atualmente estabelecido em Portugal, desde 2015. Apesar das habilidades como dançarino de kuduro e afro-house, entre outros géneros, e ter sentido o gosto de fazer da dança o seu meio de vida, Mangope encontrou a sua verdadeira paixão no humor.
Atualmente, além de inundar as redes sociais com vídeos que provocariam o riso até às pedras da calçada, Mangope também partilha com Miguel Paraíso as câmaras e microfones do programa “Na Corda Bamba”, da RDP África.
Quem o segue, sabe que há um detalhe que se repete em todos os seus vídeos e apresentações: os óculos tipo olhos de mosca, muito em voga nos idos anos 2000. Não é apenas um acessório mas uma parte integrante da sua imagem. O que começou como uma brincadeira transformou-se num símbolo de identidade que o artista orgulhosamente adotou. O tio – a quem os óculos foram discretamente furtados – que o perdoe. “Nos primeiros dois vídeos, eu pegava e ia devolver, depois, no terceiro disse ‘não vou mais devolver os óculos'”, explicou.
Além do seu senso de estilo distintivo, Mangope é reconhecido pela sua autenticidade e ele próprio rejeita a noção de que a sua forma de ser é uma persona construída. Há pessoas que dizem que é uma personagem mas não aceito isso, porque sou mesmo assim”, garante. Ele acredita que o riso é essencial, e não apenas por ser um humorista, mas porque a vida em si é mais leve quando enfrentada com um sorriso: “Quem anda comigo não pode ficar um minuto sem rir. Não porque sou humorista mas porque a vida tem de ser vivida com um sorriso na cara. É melhor porque problemas já temos bués.”
Um aspeto fundamental da sua recente carreira é a parceria com Miguel Paraíso. Mangope expressa uma profunda gratidão pelo apoio do colega e amigo. Ele destaca como Miguel abriu-lhe portas e oportunidades, incluindo a possibilidade de trabalharem juntos na rádio. “As portas que hoje tenho abertas para mim é graças ao Miguel. Agora trabalho na rádio com ele, essa foi uma das portas que ele abriu para mim. Ele podia receber esse orçamento [para a produção do programa] e pensar: ‘vou ficar com este dinheiro para mim’. Mas não, ‘tenho um amigo que é assim e se eu fizer isto com ele vai dar muito certo’. E chamou-me para uma reunião. Se fosse eu no lugar dele, aquele dinheiro eu metia no meu bolso, não ia dividir com ninguém”, explicou à Ana Rita entre risos.
A química entre ambos é evidente, apesar das diferenças nos gostos pessoais. A sua relação é um evento genuíno de compreensão e apoio mútuo. Como amigos, estás à espera que eu te diga só coisas boas, mas não. O Miguel é o tipo de amigo que, mesmo fora do trabalho, é mesmo “brother”, é aquele que diz “isso não, isso aquilo. Nunca discutimos mas o ‘A’ que ele concorda não é o que eu concordo mas sabemos dar a volta”.
No mundo da Internet ninguém está imune às críticas e Mangope sabe bem disso. Não é uma questão que o faça sequer pestanejar. Prefere ter uma abordagem desprendida, focando-se no seu propósito e paixão, em vez de se deixar afetar por opiniões externas. “Lido muito bem com a crítica porque sempre soube que críticas vão sempre haver. Nunca estive muito atento a isso. Sempre me foquei no que quero fazer. Vão falar bem e vão falar mal, mas não vou ligar.”
Mangope também destaca a importância da competição saudável. O artista acredita que o sucesso alheio é fonte de motivação em vez de uma razão para inveja. Essa sua forma cândida e leve de ser herdou, provavelmente, da família. É ali onde diz estarem os seus fãs número um. “Coisas que nem eu partilho e eles partilham. Vou fazer um show, ainda não estou a partilhar o cartaz mas eles já. A minha família é muito love.”
Olhando para o futuro, Mangope tem ambições abrangentes. Está aberto a explorar diversas formas de expressão artística, incluindo a possibilidade de incursionar, quem sabe, na música.
O podcast da BANTUMEN com Mangope é uma conversa genuína e cativante que oferece uma visão intimista do humorista, nesta sua jornada pessoal e profissional. É um episódio que promete entreter e inspirar, e ser revelador da humanidade, sensibilidade e carácter do artista – cujo nome de registo proibiu-nos divulgar (ou, se calhar, até revelamos no áudio. Vais ter de ouvir para saber). Clica no palyer em cima e descobre quem é este Mangope na tuga.
