Os pintores e amigos Sidney Cerqueira e Tutu Sousa idealizaram um novo projeto entre artistas plásticos da Guiné-Bissau e Cabo Verde. Em entrevista à BANTUMEN, o artista plástico guineense, Sidney Cerqueira, diz-nos que o mais importante é reaproximar os dois países através da cultura.
Projeto “Doz korpu um korson” une artistas plásticos da Guiné-Bissau e Cabo Verde, dispostos a criar pontes sólidas de partilha cultural entre os dois países. As duas nações há séculos que estão unidas pela História. Nos tempos contemporâneos, a luta armada foi um dos pontos chave dessa união e agora, a arte e a cultura mantêm os laços. “Os políticos separaram-nos e eu acredito que, culturalmente, podemos criar pontes sólidas de partilha, de intercâmbio entre os dois países. É um sonho. Por esse motivo, anos atrás, convidei a minha esposa, Karyna Gomes e o artista plástico Tutu Sousa, para juntos criarmos este projeto”, conta-nos.
“A primeira edição aconteceu em Cabo Verde, na cidade da Praia, e envolveu pintura, com duas grandes exposições em galerias diferentes, música, um extraordinário concerto da cantora Karyna Gomes, e a gastronomia. E, pela primeira vez na história, houve artistas plásticos guineenses, três no total, a expor em Cabo Verde”, explica.
O evento em Bissau começou neste domingo, 3. “Escolhemos realizar a segunda edição em Bissau e já devia ter acontecido há algum tempo, mas, por motivos de instabilidade política e pandemia de covid, não foi possível fazer antes. Agora, por achar que tínhamos conseguido alguma estabilidade, decidi reunir novamente os artistas para fazermos o evento na Guiné. Mas desta vez, focamos-nos apenas na arte urbana. Infelizmente, por falta de galerias e espaços adequados no país não dá para fazer uma exposição. E fazer murais tem o lado positivo de “educar” e dar alguma vida à cidade de Bissau que tanto precisa”, ressalta Sidney.
O intercâmbio em Bissau conta com a presença de quatro artistas plásticos, Sidney Cerqueira, Young Nuno, Tutu Sousa e Hélder Cardoso.
De acordo com Sidney, a ideia é fazer o evento todos os anos e alternando a localização entre Guiné-Bissau e Cabo Verde. No futuro poderá envolver mais países.
