Procurar
Close this search box.

Teresa de Benguela cantada no carnaval do Brasil

Muitas das influências do Brasil provêm de África e, nos últimos anos, as escolas de samba têm feito questão de trazer à memória as histórias que muitas vezes são desconhecidas pelos próprios brasileiros e também por alguns africanos.

Neste Carnaval, o desfile das escolas de samba de São Paulo teve início na última sexta-feira, 21, e a Barroca Zona Sul, que após 15 anos volta ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí, homenageou Teresa de Benguela, a angolana que foi levada à força para o Brasil e tornou-se líder do quilombo do Quariterêre, após a morte do companheiro José Piolho.

Teresa de Benguela|Foto: Reprodução

A escola de samba anunciou em 2019 a sua homenagem à líder que resistiu à escravidão imposta aos negros no século 18, na zona é onde é o actual Mato Grosso. Para a iniciativa foi idealizado um carro alegórico que retratava o seu nascimento e escravidão em Angola.

As fantasias continham detalhes ligados à cultura angolana como as cores da bandeira, padrões de tecidos e também alguns dos participantes usavam como fantasia máscaras de tortura utilizados na altura da escravidão.

No seu todo, desfilaram cerca de cinco carros alegóricos muito coloridos, em que o carro abre-alas fazia alusão a Angola e com figuras de animais como panteras e cobras que mediam cerca 36 metros de comprimento. A escola no seu todo desfilou com 21 alas e 2400 componentes. Os directores da bateria há sete anos são os irmãos e mestres Acerola de Angola e Fernando Negrão.

Com o título “Benguela … a Barroca clama a ti, Tereza” o samba-enredo foi composto por Marcos Thiago, Sukata, Erminho, Jairo Razen, Tubino, Morganti, André Valência, Pixulé e Acerola de Angola. Na composição, é cantada a saga de Teresa de Benguela que hoje em dia é uma das poucas rainhas negras de referência que ainda prevalece na história escrita.

A escola Barroca Zona Sul foi a primeira escola a desfilar e teve como rainha de bateria a modelo fitness Renata Spallicci, cuja fantasia retratava a riqueza de África que se reflectia nos 50 mil cristais da marca Swarovski.

A líder quilombola é também homenageada no calendário brasileiro, sendo comemorado dia 25 Julho o Dia Nacional de Teresa de Benguela e da Mulher Negra pela lei n° 12.987.

Relembramos-te que podes ouvir os nossos podcasts através da Apple Podcasts e Spotify e as entrevistas vídeo estão disponíveis no nosso canal de YouTube.

Para sugerir correções ou assuntos que gostarias de ler, ver ou ouvir na BANTUMEN, envia-nos um email para [email protected].

Recomendações

Procurar
Close this search box.

OUTROS

Um espaço plural, onde experimentamos o  potencial da angolanidade.

Toda a actualidade sobre Comunicação, Publicidade, Empreendedorismo e o Impacto das marcas da Lusofonia.

MAIS POPULARES